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Portugal vive apagão histórico e retoma Gradual da normalidade

by REDAÇÃO

Portugal enfrentou um dos episódios mais marcantes dos últimos anos: um apagão elétrico de grandes proporções paralisou o país por quase um dia inteiro. Iniciado por volta das 11h30 da manhã, o corte de energia afetou todos os setores da vida cotidiana — desde transportes e comunicações até serviços essenciais.

Com o transporte público praticamente paralisado, milhares de pessoas foram obrigadas a deslocar-se a pé. Em Lisboa, os passeios ficaram lotados. As estações de metro estavam encerradas, os comboios já não circulavam devido a uma greve, e os poucos autocarros e táxis operacionais não conseguiam dar conta da procura.

No aeroporto de Lisboa, voos foram suspensos e passageiros, como o francês Selim Oueslati, não tiveram alternativa senão caminhar com suas malas em mãos pelas ruas da capital. “É a primeira vez que vejo algo assim”, comentou, após mais de 30 minutos de caminhada.

Várias escolas e universidades também suspenderam as atividades. Em hospitais, apenas setores com geradores conseguiram manter o funcionamento mínimo. Para estudantes como Catarina Mártires e Diana Gaspar, o maior desafio passou a ser a falta de bateria nos dispositivos eletrônicos necessários para os estudos.

Enquanto grandes cadeias de supermercados decidiram encerrar as portas, muitos pequenos comércios mantiveram-se abertos mesmo sem luz. Nesses espaços, lanternas e luzes de telemóvel substituíram a iluminação elétrica, enquanto clientes procuravam produtos e tentavam pagar em dinheiro — o que resultou em longas filas nos caixas eletrônicos ainda operacionais.

Segundo o primeiro-ministro Luís Montenegro, o apagão teve origem em Espanha, de onde Portugal estava a importar eletricidade devido a questões de custo. Apesar de o país ter capacidade própria de produção, o governo reconheceu a vulnerabilidade energética exposta pelo episódio. Montenegro declarou situação de crise energética e reforçou a necessidade de Portugal estar ligado a mais países além de Espanha, através da rede elétrica europeia.

A normalização do fornecimento começou ao final da tarde, iniciando pelo norte e avançando gradualmente para o sul. Ainda assim, na noite do mesmo dia, algumas regiões permaneciam sem energia. A REN (Rede Elétrica Nacional) convocou uma conferência de imprensa para prestar esclarecimentos e atualizar a população.

Portugal já havia passado por um grande apagão em maio de 2000, quando uma cegonha causou uma falha elétrica ao chocar-se com uma linha de alta tensão. No entanto, o impacto daquele evento, que durou cerca de duas horas, foi muito menor do que o ocorrido agora, que afetou todo o território nacional por mais de nove horas.

Apesar do caos, a resposta da população foi marcada por calma e resiliência. Muitos aproveitaram o dia ensolarado para esperar em jardins e esplanadas, à espera do restabelecimento dos serviços. Um episódio que, além de testar a infraestrutura energética do país, também revelou a solidariedade e a capacidade de adaptação dos portugueses diante da adversidade.

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