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 Líderes da UE buscam acordo para aumentar investimentos em defesa e apoiar a Ucrânia

by REDAÇÃO

Os líderes da União Europeia (UE) se reunirão em Bruxelas para uma cimeira extraordinária, com o objetivo de discutir medidas que tornem o bloco europeu mais soberano e independente em questões de defesa e segurança. Em um momento de crescentes tensões entre a administração norte-americana e a liderança ucraniana, a segurança da Ucrânia também estará no centro das discussões.

A reunião ocorre duas semanas após o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia e no contexto de um cenário global tenso. A UE busca chegar a um consenso sobre as primeiras etapas para fortalecer sua posição em termos de defesa, com uma proposta para aumentar os gastos no setor, tanto individualmente pelos países membros quanto de forma conjunta.

Segundo o rascunho das conclusões a que a agência Lusa teve acesso, os líderes da UE devem comprometer-se a acelerar a mobilização dos recursos e financiamentos necessários para tornar o bloco mais forte na área de segurança e defesa. Esse fortalecimento visa não só a segurança interna da União, mas também a contribuição para a segurança global e a complementação das ações da NATO.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou na carta-convite enviada aos líderes da UE que espera alcançar “as primeiras decisões a curto prazo”. Entre os principais objetivos estão o aumento dos gastos com defesa, incluindo uma proposta de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que anunciou a intenção de mobilizar até 800 bilhões de euros para investimentos em defesa europeia.

O plano denominado “Rearmer a Europa” é composto por várias medidas, incluindo a criação de um novo instrumento da UE para situações extraordinárias, similar ao programa de assistência financeira durante a pandemia de COVID-19. Outra medida envolve a ativação da cláusula de salvaguarda nacional para permitir um aumento de até 1,5% ao ano nas despesas públicas com defesa, sem que isso resulte em punições por déficit excessivo. Além disso, há uma proposta para redirecionar verbas de outros fundos europeus, como os destinados à Coesão, e envolver o Banco Europeu de Investimento e o capital privado.

Entre 2021 e 2024, a despesa dos Estados-membros da UE com defesa aumentou mais de 30%, atingindo cerca de 326 bilhões de euros, o que equivale a aproximadamente 1,9% do PIB da União Europeia.

Além do aumento da capacidade de defesa, a cimeira também discutirá formas de garantir segurança à Ucrânia, reforçando a posição do país nas negociações para o fim do conflito. A UE defende que “não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia” e que as questões de segurança europeia não podem ser decididas sem a participação ativa da União.

Desde o início da guerra em fevereiro de 2022, a UE e seus Estados-membros já alocaram cerca de 135 bilhões de euros em apoio à Ucrânia, sendo 49 bilhões destinados às forças armadas ucranianas. Além disso, a União Europeia impôs 16 pacotes de sanções contra a Rússia, como parte de seus esforços para pressionar Moscovo. Somente este ano, o apoio financeiro à Ucrânia será de aproximadamente 30 bilhões de euros.

A cimeira extraordinária de hoje representa um passo crucial para a UE reforçar sua segurança e dar garantias adicionais à Ucrânia, ao mesmo tempo em que busca uma solução duradoura e justa para o conflito em andamento.

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