O PRA-JA Servir Angola, partido recém-legalizado e liderado por Abel Chivukuvuku, está a traçar grandes ambições para o futuro do país. Durante a inauguração da primeira sede internacional do partido, em Lisboa, no dia 1 de março, Chivukuvuku afirmou que o objetivo do partido é ser Governo ou integrar uma coalizão governamental até 2027. “Estamos a trabalhar e a lutar para isso”, declarou o líder, confiante na trajetória do partido.
O evento, realizado na capital portuguesa, teve um forte simbolismo, já que Portugal abriga uma grande comunidade angolana no exterior. De acordo com Chivukuvuku, a presença em Lisboa visa estreitar os laços com os angolanos que vivem fora do país, muitos dos quais migraram devido a dificuldades econômicas e sociais em Angola. O líder do PRA-JA destacou a importância de estar perto da diáspora angolana e incentivou-os a adquirir conhecimentos durante sua estadia em Portugal para, futuramente, contribuir para o desenvolvimento de Angola.
A inauguração da sede é apenas o começo de um plano de expansão do PRA-JA Servir Angola para outros países com grandes comunidades angolanas, como Alemanha, França, Holanda, Brasil e África do Sul. Segundo Chivukuvuku, o partido já tem estruturas bem estabelecidas nas novas províncias de Angola, como Icolo e Bengo, Moxico Leste e Cuando Cubango, e está a expandir sua presença no exterior com foco nos locais onde a diáspora angolana é mais significativa.
Além disso, durante a sua intervenção, Chivukuvuku criticou a negação da história de Angola, afirmando que ainda existe uma falta de reconhecimento do papel de figuras como Holden Roberto e Jonas Savimbi na luta pela independência. Segundo o político, a ênfase excessiva em Agostinho Neto por parte do governo do MPLA não é correta, e o PRA-JA Servir Angola busca preencher esse vazio e contribuir para um futuro mais inclusivo para o país.
Abel Chivukuvuku também aproveitou para refletir sobre os 50 anos de independência de Angola, que serão comemorados em 2025. Apesar dos avanços conquistados, como a soberania nacional, ele alertou para os desafios persistentes, como a fome e a pobreza. Chivukuvuku destacou que a classe média angolana está quase extinta e que o país ainda enfrenta grandes problemas sociais. O partido vê isso como uma oportunidade para gerar mudança e trabalhar por um futuro melhor para os cidadãos angolanos.
Embora o PRA-JA Servir Angola tenha grandes planos para as eleições de 2027, Chivukuvuku preferiu não entrar em detalhes sobre a estratégia eleitoral do partido. Ele frisou que o foco agora é estar próximo dos cidadãos, ouvir as suas expectativas e transmitir uma mensagem de esperança e confiança no futuro de Angola.
O partido está a traçar um caminho ambicioso e promissor, com a visão de construir um governo patriótico e sensível às necessidades do povo angolano. A sua presença em Portugal e a expansão para outros países refletem a importância que o PRA-JA atribui à diáspora angolana na construção do futuro da nação.