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Corredor do Lobito avança com ou sem investimentos Americanos

O projeto do Corredor do Lobito, uma das iniciativas mais ambiciosas para melhorar a infraestrutura de transporte de Angola, segue seu curso, com ou sem os tão esperados investimentos americanos. Apesar de especulações sobre a participação dos Estados Unidos, a maior parte do financiamento e dos investimentos no projeto vem de fontes europeias, como o concessionário Lobito Atlantic Rail (LAR), a União Europeia e, mais recentemente, a Itália, com o apoio do plano Mattei.

O Corredor do Lobito é composto por uma extensa linha ferroviária que conecta o porto do Lobito à localidade fronteiriça do Luau, passando por uma infraestrutura reconstruída com financiamento chinês. Esta linha é de propriedade do Estado angolano, que está cumprindo os pagamentos correspondentes à China. A gestão da linha ferroviária foi entregue ao consórcio Lobito Atlantic Rail, composto por empresas como a Trafigura (Suíça), Mota Engil (Portugal) e Vecturis (Bélgica), que se comprometeram a investir mais de 400 milhões de dólares no projeto.

A concessão não abrange apenas a exploração e manutenção das infraestruturas ferroviárias, mas também inclui a operação de terminais mineiros, a construção de terminais de trânsito de mercadorias (um no Lobito e outro no Luau), e a gestão de um centro de formação ferroviária na província do Huambo. A linha férrea tem 1.289 km de extensão e pode operar até 50 comboios por dia, transportando até 22 toneladas por eixo. Além disso, o terminal marítimo tem capacidade para movimentar até 3,6 milhões de toneladas por ano, o que representa cerca de 10% da carga marítima de importação e exportação de Angola.

Atualmente, está sendo desenvolvido um projeto de ligação ferroviária direta entre Angola e a Zâmbia, com cerca de 800 km de extensão, dos quais 259 km estarão localizados em território angolano. Esse projeto está orçado em aproximadamente 1,2 bilhões de dólares e será executado pelo consórcio Lobito Atlantic Rail (LAR). Para garantir a rentabilidade do investimento, a concessão será estendida por mais 20 anos, até 2072.

No coração do Corredor do Lobito está o Porto de Lobito, que conta com seis terminais. O mais significativo deles é o Terminal Polivalente, concessionado à Anglolobito Terminal (ALT), que planeja investir 200 milhões de dólares, com parte dos recursos já aplicados para melhorar a eficiência no escoamento de mercadorias. A infraestrutura do Corredor também se estende ao longo do trajeto com a implementação de plataformas logísticas, como a Plataforma Logística da Caála, desenvolvida pela ARCCLA e pelo consórcio holandês Flying Swans. Esta plataforma já opera um sistema intermediário de refrigeração e, recentemente, realizou a primeira exportação de abacate para os Países Baixos.

Embora o foco principal do Corredor do Lobito seja o transporte de minérios provenientes da região de Copperbelt, na República Democrática do Congo (RDC), e Kolwezi, na Zâmbia, para os mercados internacionais, o impacto econômico vai além do setor mineiro. O Corredor tem o potencial de transformar a economia das regiões por onde passa, criando novas oportunidades para investidores em diversas áreas, desde infraestruturas até unidades de produção.

Com esse grande potencial de crescimento, o projeto atraiu o interesse de várias organizações internacionais. Angola está colaborando com a Parceria para as Infraestruturas e Investimentos Globais (PGII), uma iniciativa do G7 que envolve os Estados Unidos e a União Europeia. Esta parceria visa financiar projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento. A promessa de financiamento através da USAID e USTDA, ambas agências americanas, ainda está em aberto, criando incerteza sobre a participação dos Estados Unidos. Por outro lado, o projeto também está integrado à iniciativa Global Gateway da União Europeia, que busca apoiar projetos sustentáveis ao longo do Corredor.

O Corredor do Lobito está se tornando uma peça fundamental na infraestrutura de Angola e da região, com grandes investimentos estrangeiros e parcerias internacionais, embora o envolvimento dos Estados Unidos ainda seja incerto. O progresso contínuo do projeto, com ou sem o apoio americano, demonstra o compromisso de Angola com o desenvolvimento de sua infraestrutura e o potencial do Corredor para transformar a economia de toda a região. O futuro do Corredor, sem dúvida, será um motor de crescimento para o país e para os mercados vizinhos.