As autoridades angolanas anunciaram a captura de um grupo responsável por planejar ataques a importantes alvos no país, incluindo a Presidência da República, a refinaria de Luanda e a Embaixada dos Estados Unidos, durante a visita do ex-presidente norte-americano Joe Biden no final de 2024. A operação, realizada pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), resultou na apreensão de 10 explosivos, incluindo granadas de diversas origens, como Rússia, Alemanha, Reino Unido e Portugal.
O grupo, autointitulado *Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana* (FUROA), tinha como objetivo derrubar o governo angolano e instaurar um novo regime. A organização foi formada em 2017 na província do Huambo e passou a ser monitorada pelo SIC desde outubro de 2024. Através de investigações, o SIC descobriu que o movimento possuía ligações internacionais e planejava ações terroristas com o intuito de desestabilizar o país, gerar pânico e afetar a ordem política e social.
A operação envolveu órgãos de inteligência nacionais e internacionais, assim como as Forças Armadas Angolanas, que ajudaram a traçar estratégias para identificar alvos e objetivos do movimento. Os planos incluíam ataques a reservatórios de combustível, à Assembleia Nacional, ao Palácio Presidencial, à Embaixada dos EUA, ao Serviço de Investigação Criminal e até ao Hotel Intercontinental. Esses atentados seriam realizados durante a visita de Biden, com o objetivo de causar tumulto e violência, afetando tanto o governo angolano quanto os líderes internacionais presentes.
Entre os detidos, estava um agente da Polícia Nacional e um funcionário do Ministério da Justiça. O líder do grupo foi preso quando tentou fugir para a Namíbia com sua família. Ele foi acusado de vários crimes, incluindo associação criminosa, tráfico de armas e munições proibidas, posse de substâncias explosivas e tentativas de incitar um golpe de Estado.
Além disso, foi descoberto que o líder do movimento tinha acesso a fundos financeiros provenientes de fontes diversas, através de uma conta bancária em nome de sua sogra. Esses recursos eram usados para financiar deslocações dentro e fora do país, com o intuito de apoiar a movimentação de outros membros e realizar ações subversivas.
O SIC destacou que o grupo tinha inspiração em outros golpes de Estado, como os ocorridos em Burkina Faso, e também mantinha contatos com o grupo separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC). A principal intenção da organização era, de fato, destruir o Estado angolano e destituir o partido no poder, o MPLA, utilizando a violência e o terrorismo.
Este desmantelamento do grupo demonstra a contínua vigilância das autoridades angolanas em proteger a estabilidade do país e a segurança dos seus cidadãos, especialmente em momentos de relevância política internacional.