As Forças Armadas Revolucionárias de Libertação de Angola (FALA) desempenharam um papel essencial na luta pela liberdade contra a ocupação colonial e foram uma peça-chave nos grandes acontecimentos geopolíticos do final do século XX. Esses eventos incluem a queda do Muro de Berlim, a dissolução da União Soviética, a retirada dos soldados cubanos de Angola, o fim do apartheid na África do Sul e a independência da Namíbia (antigo Sudoeste Africano).
As FALA foram formadas a partir de uma combinação de treinamentos militares, com influências de diversas academias ocidentais. No entanto, o que realmente as diferenciava era a forte componente político-ideológica que definia a sua missão e estrutura. Esta característica foi um reflexo direto da formação de Jonas Savimbi na Escola do Exército de Liberação Popular, com influências da Revolução Chinesa sob a liderança de Mao Tse-Tung.
Para Savimbi, era crucial que, após o treinamento militar, os soldados passassem também por uma formação política. Essa abordagem tinha o objetivo de equilibrar o uso das armas com um entendimento mais profundo do contexto político e ideológico da luta. Savimbi acreditava que um soldado deveria ser, acima de tudo, um político que soubesse distinguir, com clareza, quem era aliado e quem era inimigo.
Na estrutura das FALA, o Comissário Político e o Comandante da unidade ocupavam os postos mais altos de comando. O Comissário Político tinha a missão de garantir que os princípios e valores do partido fossem observados, enquanto o Comité do Soldado, uma estrutura partidária dentro das unidades, apoiava essa função, zelando pelos interesses dos soldados e monitorando seu comportamento, especialmente em relação à população e seus bens.
As FALA, com determinação e disciplina, asseguraram a proteção da base revolucionária da Jamba, que se tornou um pilar fundamental para as operações políticas e diplomáticas. Além disso, conseguiram controlar mais de 50% do território nacional, criando as condições para o processo que culminou, em 1991, na transição de Angola para um sistema multipartidário. Este movimento representou o fim do sistema de partido único e abriu caminho para a criação de um Estado Democrático e de Direito com uma economia de livre mercado.
Honra e glória aos heróis e mártires que sacrificaram suas vidas por uma Angola livre, democrática, desenvolvida e justa. Entre esses heróis, destaca-se o Alto Comandante, conhecido como o Jaguar Negro dos Jagas, símbolo da resistência e do compromisso com a causa da liberdade.
Fonte: Club-k.net