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HomeNOTÍCIASA Trágica História de Dois Aviões da ONU Abatidos em Angola

A Trágica História de Dois Aviões da ONU Abatidos em Angola

Em janeiro de 2000, o mundo foi abalado por uma sequência de eventos trágicos no céu de Angola. No dia 2 de janeiro, o mundo tomou conhecimento de que, em menos de uma semana, dois aviões cargueiros “Hércules C-130” da ONU haviam sido abatidos em Angola. As aeronaves voavam na província do Huambo quando desapareceram dos radares, e a localização exata dos aviões e das suas tripulações permaneceu desconhecida por dias.

O primeiro incidente ocorreu em 26 de dezembro de 1999, quando um dos aviões foi derrubado por mísseis SAM logo após decolar do aeroporto Albano Machado, em Huambo, onde havia descarregado mantimentos. O segundo avião, também abatido por fogo inimigo, caiu durante a virada do ano, em plena passagem de 31 de dezembro para 1º de janeiro.

O que ninguém sabia na época era que ambos os aviões estavam tripulados por pai e filho. John Wilkinson, um sul-africano que já trabalhava em Angola há cinco anos, era o comandante da primeira aeronave, abatida no dia 26 de dezembro. Ele não sobreviveu ao ataque, e ninguém sabia o que havia ocorrido, mesmo com intensas buscas sendo realizadas.

Entre os aviões envolvidos nas operações de busca estava o filho de Wilkinson, John Wilkinson Jr., que se encontrava em Angola como voluntário. Durante um sobrevoo na área de conflito, o avião de Wilkinson Jr. foi atingido por fogo de metralhadoras anti-aéreas, o que causou sua queda entre a vila Nova (Tchicala Tcholoanga) e o Alto Chiumbo. O mundo estava em suspenso, sem saber o paradeiro de ambos, e a ONU enfrentava a pressão por explicações.

Na época, os jornalistas Jaime Azulay e Kito Neves, da agência Angop, eram os únicos jornalistas na linha de frente da região central de Angola. Eles estavam engajados em uma operação militar junto às forças armadas angolanas, na defesa da cidade do Huambo. O regimento em que estavam se preparava para avançar até Kuito, e, durante a noite, começaram o movimento. No dia 3 de janeiro, chegaram à Vila Nova, onde encontraram uma situação de grande tensão. Milhares de soldados das FAA estavam em combate com as forças blindadas das FALA, e o comandante das FAA, o general Sousa, havia sido ferido, mas conseguiu escapar da captura.

Infelizmente, ao longo dos anos, os envolvidos nesses eventos trágicos partiram. O general Sousa faleceu, assim como Kito Neves, o colega de Azulay. Hoje, com a graça de Deus, Jaime Azulay permanece como testemunha dessa história, lembrando os feitos e sacrifícios feitos naqueles tempos de guerra. A tragédia dos dois aviões da ONU continua a ser um lembrete das difíceis realidades enfrentadas durante os conflitos em Angola e do custo humano das guerras.