Américo José Valente, atual secretário para os Assuntos Nacionais dos Veteranos da Pátria e Forças Armadas da Casa Militar do Presidente da República de Angola, esteve envolvido em uma situação controversa nas Ilhas Maurícias. No dia 28 de dezembro, ele escapou de uma possível detenção enquanto viajava em um jato privado.
O general Américo Valente estava acompanhado de Pedro Adão Francisco, Manuel José Ngola João e Indira Margarida Canga, todos portadores de passaportes com status de funcionários públicos. No entanto, utilizavam passaportes comuns durante a viagem. As autoridades mauricianas, ao investigarem o grupo, levantaram suspeitas sobre a presença dos quatro em um jato privado, considerando seus vínculos com a Casa Militar do Presidente da República de Angola.
As suspeitas recaíram especialmente sobre Américo José Valente, que possui um histórico judicial conturbado. Segundo documentos oficiais, ele foi indiciado por vários crimes, conforme consta em uma declaração do Procurador-Geral Adjunto da República e Coordenador da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), emitida em junho de 2019. Apesar de o processo criminal contra ele ter sido extinto pela Lei da Anistia, a parte cível permanece em aberto.
As Ilhas Maurícias, localizadas no Oceano Índico, constituem uma república independente desde 1968. O arquipélago é conhecido por suas paisagens deslumbrantes e pelo Piton de la Rivière Noire, o ponto mais alto, com 828 metros de altitude. Apesar de sua fama turística, o episódio envolvendo o general Américo trouxe atenção indesejada ao local.
Em fevereiro de 2022, Américo Valente foi empossado como secretário para os Assuntos Nacionais dos Veteranos da Pátria e Forças Armadas. Na mesma ocasião, o Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Francisco Furtado, deu posse a outros dois generais: Filipe Figueiredo, diretor de Telecomunicações e Informática, e Rogério Ferreira, chefe do Centro de Gestão Eletrônica.
Até o momento, as autoridades angolanas não emitiram qualquer pronunciamento oficial sobre o incidente ocorrido nas Ilhas Maurícias. A falta de esclarecimentos levanta questões sobre a conduta e o histórico dos envolvidos, além de suscitar debates sobre a transparência nas ações governamentais.