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HomeNOTÍCIASNeth Nahara recusa pedido para enaltecer Presidente de Angola

Neth Nahara recusa pedido para enaltecer Presidente de Angola

A influenciadora digital Neth Nahara rejeitou uma tentativa das autoridades angolanas de forçá-la a fazer um discurso enaltecendo o Presidente João Lourenço ao sair da prisão de Viana. A decisão foi defendida por sua equipe jurídica, que considerou a iniciativa desrespeitosa e humilhante.

Na manhã da quarta-feira, dia 1º, Neth Nahara foi colocada em liberdade após uma decisão judicial. O Juiz Presidente da Comarca de Luanda, João Bessa, esteve pessoalmente na prisão para entregar o documento de soltura. O ato chamou atenção pela presença inusitada do juiz, acompanhado por um grande contingente de jornalistas — algo atípico, já que solturas costumam ser realizadas por oficiais de justiça, sem alarde midiático.

Durante a visita, a comitiva do Juiz João Bessa trouxe dois documentos inusitados: um contendo perguntas previamente elaboradas para que jornalistas as fizessem a Neth Nahara e outro com um discurso que ela deveria ler, exaltando o Presidente João Lourenço. A defesa da influenciadora identificou a tentativa como uma manobra para atribuir o mérito de sua libertação ao presidente. Eles argumentaram que Neth já deveria ter sido solta condicionalmente há três meses, tornando o pedido descabido.

Neth Nahara foi condenada inicialmente a seis meses de prisão em agosto de 2023, sob a acusação de “ultraje ao Presidente da República”. Posteriormente, em outubro do mesmo ano, um recurso do Ministério Público levou à ampliação da pena para dois anos de reclusão. Em setembro de 2024, sua defesa entrou com um pedido de libertação condicional, que foi ignorado pelas autoridades.

Somente em dezembro, Neth recebeu um indulto presidencial, permitindo sua saída da prisão. Contudo, a demora em sua soltura, somada à tentativa de manipulação do discurso, reforçou a posição de sua defesa contra as ações das autoridades.

O caso de Neth Nahara evidencia questões complexas sobre liberdade de expressão e o uso de poderes institucionais em Angola. A rejeição do discurso proposto pelas autoridades é um marco de resistência da influenciadora e sua equipe jurídica, destacando a importância de preservar a dignidade individual diante de tentativas de controle narrativo.