Paris – Em um cenário político turbulento, o governo de Michel Barnier foi derrubado após uma moção de censura histórica no Parlamento francês. A decisão, tomada com os votos combinados da esquerda e da extrema-direita, marcou o fim de um dos mandatos mais curtos de um governo francês desde 1958.
A moção de censura foi apresentada por dois blocos opostos: a Nova Frente Popular, da esquerda, e o Rassemblement National, de Marine Le Pen, da extrema-direita. O governo de Barnier não resistiu à pressão política, sendo derrubado com 331 votos a favor da destituição, superando o número mínimo de 288 votos necessários para a aprovação da moção.
A crise foi desencadeada por uma série de decisões controversas, incluindo a aprovação de um orçamento da segurança social usando o artigo 49.3 da Constituição, que permite a adoção de medidas sem votação parlamentar. Essa manobra, que evitou uma discussão pública mais aprofundada sobre o orçamento, deixou Barnier vulnerável a críticas e às moções de censura. A tensão política no Parlamento francês se intensificou, e a coalizão de oposição aproveitou o momento para agir.
O impacto da destituição de Barnier não se limita à perda de um governo, mas também à instabilidade política que se segue. O presidente Emmanuel Macron agora se vê forçado a nomear um governo de gestão, provavelmente com medidas de emergência para enfrentar o impasse orçamental. Embora a França não enfrente uma paralisação de governo como a que ocorreu nos Estados Unidos, a incerteza política pode gerar volatilidade nos mercados financeiros, impactando a economia nacional.
Um fator importante é que novas eleições legislativas não podem ser convocadas antes de julho de 2025, o que cria um cenário de estagnação política por um período considerável. Isso pode dificultar a aprovação de novas políticas e exacerbar ainda mais a instabilidade no país.
Apesar dos apelos para que renuncie, Emmanuel Macron insistiu que cumprirá seu mandato até 2027, sinalizando que continuará tentando governar, apesar das dificuldades políticas atuais.
A queda do governo Barnier representa um marco na história política recente da França, demonstrando o crescente descontentamento com a atual administração e a polarização das forças políticas no país.