Become a member

Get the best offers and updates relating to Liberty Case News.

― Advertisement ―

spot_img
HomeNOTÍCIASEPINOSUL: Crise Interna e Falta de Transparência Preocupam Funcionários e Operações no...

EPINOSUL: Crise Interna e Falta de Transparência Preocupam Funcionários e Operações no Porto de Luanda

A situação da Epinosul, empresa responsável pelos serviços de atracação, desatracação e amarração de navios no Porto de Luanda, tem gerado crescente preocupação entre seus trabalhadores e no setor portuário em geral. Nos últimos meses, surgiram críticas constantes de funcionários que apontam uma série de falhas administrativas, sociais e operacionais que prejudicam tanto o bom desempenho da companhia quanto a segurança dos colaboradores, comprometendo a qualidade dos serviços prestados.

Fontes internas indicam que a Epinosul enfrenta um ambiente de desorganização generalizada, onde a falta de comunicação entre a gestão e os trabalhadores tem gerado um clima de desconfiança e frustração. Muitos funcionários relatam que são impedidos de expressar suas preocupações sobre problemas práticos, como a qualidade da alimentação no refeitório e as condições de segurança das embarcações utilizadas nos serviços. Além disso, há relatos de perseguições internas e um tratamento desigual por parte de superiores, especialmente em relação a chefes de departamento como Cassule (Departamento Técnico) e Passy (Departamento de Operações), que são vistos como protegidos pela direção, comandada por Jorge João.

Este cenário de ineficiência é agravado pela falta de ação por parte da gestão, que evita tomar responsabilidades sobre os erros operacionais e as questões estruturais que afetam diretamente o dia a dia da empresa. O medo de represálias e a falta de autonomia são fatores que contribuem para a omissão da direção e para a falta de soluções concretas.

Exclusão do Concurso Público e Falta de Substitutos

Outro ponto de frustração crescente entre os trabalhadores é a exclusão da Epinosul do concurso público realizado pelo Porto de Luanda para os serviços de reboque, atracação e desatracação de navios. A empresa foi afastada por questões técnicas e financeiras, com outras duas empresas sendo aprovadas como finalistas. No entanto, até o momento, não há informações claras sobre quais são essas empresas ou sobre o andamento do processo, o que gerou um clima de incerteza e desconfiança tanto entre os funcionários quanto entre os stakeholders do setor.

A Epinosul, que presta serviços essenciais no Porto de Luanda há quase duas décadas, possui um sistema acionário composto por figuras influentes na política e economia angolana. Entre os principais sócios da empresa estão o ex-presidente do Conselho de Administração do Porto de Luanda, Silvio Barros Vinhas, o atual assessor do PCA do Porto, Alberto Bengue, o ex-ministro das Finanças, Carlos Alberto Lopes, e o ex-ministro dos Transportes, Luís Brandão. Essas conexões alimentam especulações sobre o uso de tráfico de influências para garantir a continuidade da Epinosul à frente dos serviços de atracação, apesar das evidentes falhas operacionais e estruturais.

Problemas com Equipamentos e Segurança dos Trabalhadores

Além das questões de governança, o estado das embarcações utilizadas pela Epinosul tem sido uma preocupação constante. Muitos dos rebocadores apresentam falhas mecânicas frequentes, e a falta de manutenção adequada dos equipamentos aumenta significativamente os riscos de acidentes, colocando em perigo a segurança dos trabalhadores e comprometendo as operações. Funcionários alertam para o descaso da gestão em relação à segurança, com os chefes de departamento sendo acusados de mentir para a direção e de não tomarem providências para resolver os problemas.

A situação no Porto de Luanda, onde a Epinosul opera, reflete um ambiente de crescente tensão. Muitos funcionários acreditam que a empresa não resolverá seus problemas devido às fortes influências políticas que garantem sua permanência no setor, apesar das falhas estruturais. A insatisfação no ambiente de trabalho é palpável, e os trabalhadores pedem uma reforma urgente nas estruturas de gestão, além de uma revisão das condições de trabalho e uma investigação sobre os recursos e a segurança das embarcações.

Conclusão: A Necessidade de Mudanças e Maior Transparência

O caso da Epinosul é um reflexo de um problema maior no setor público e privado de Angola, onde a falta de transparência, o tráfico de influências e a desvalorização dos trabalhadores perpetuam um ciclo de ineficiência e descontentamento. Se não forem feitas reformas estruturais e não forem respeitados os direitos dos trabalhadores e a segurança nas operações, a continuidade da empresa poderá estar comprometida, afetando negativamente o Porto de Luanda e a reputação do setor portuário angolano. A situação exige mudanças urgentes para garantir que a Epinosul volte a oferecer serviços de qualidade e seguros para o país.