Lisboa – O futuro de Henrique Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, continua a ser um tema de grande especulação em Portugal, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a aguardar novidades sobre o assunto em breve. Em declarações recentes, o chefe de Estado admitiu que dentro de dois dias terá mais informações sobre a continuidade ou não de Gouveia e Melo no cargo.
A situação tornou-se mais complexa após notícias que indicam que o almirante Gouveia e Melo recusou ser reconduzido na sua função e, em vez disso, pretende avançar para a corrida à Presidência da República. A candidatura de Gouveia e Melo, segundo fontes, deverá ser anunciada em março de 2024, o que coloca o tema em destaque nos bastidores da política nacional.
Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma conferência da CNN Portugal, esclareceu que, embora o prazo para a decisão sobre a continuidade de Gouveia e Melo esteja a aproximar-se, a iniciativa não parte do Presidente, mas sim do Governo. O Chefe de Estado reiterou que o processo é da responsabilidade do Executivo e que ele, enquanto Presidente, será o último a intervir na decisão.
De acordo com Marcelo, o prazo para iniciar o processo de renovação ou substituição do almirante termina dentro de um mês, e o Governo é quem precisa de tomar a iniciativa. “A iniciativa não é do Presidente da República, é do Governo”, afirmou o Presidente, deixando claro que aguarda por uma proposta formal para poder se pronunciar sobre o futuro de Gouveia e Melo.
Henrique Gouveia e Melo, conhecido pelo seu papel fundamental na liderança da vacinação contra a Covid-19 em Portugal, tem sido um dos nomes mais discutidos como potencial candidato à Presidência da República. Recentemente, uma sondagem realizada pelo SIC/Expresso indicou que Gouveia e Melo era o nome mais popular entre os portugueses para suceder Marcelo Rebelo de Sousa, com destaque entre o eleitorado de direita. A pesquisa também mostrou que, embora muito apreciado, ele era ultrapassado apenas por António Costa entre os eleitores de esquerda.
Com a aproximação das eleições presidenciais, Gouveia e Melo tem ganho destaque como um candidato de consenso, com alguns setores a ver nele uma figura capaz de unir o país, especialmente após o seu sucesso na gestão da crise da pandemia.
Marcelo Rebelo de Sousa, no entanto, mantém uma postura neutra quanto às eleições presidenciais, defendendo que o Presidente da República deve evitar se envolver diretamente em questões eleitorais. Ele sublinhou que sua intervenção no caso de Gouveia e Melo só acontecerá quando o Governo apresentar uma proposta formal sobre o futuro do almirante.
“Não tenho de ter nem nomes nem iniciativas nesta matéria. Tenho de esperar”, frisou o Chefe de Estado, que reafirmou que a decisão sobre a continuidade de Gouveia e Melo no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada será tomada pelo Governo, e não por ele.
Enquanto isso, o futuro político de Gouveia e Melo segue em suspense, e a expectativa é grande quanto ao seu possível ingresso na corrida presidencial.