Líderes da Frente Patriótica Unida (FPU), bloco da oposição angolana, queixaram-se hoje, 11/07, em Luanda, de terem sido impedidos pela guarda presidencial de entregar ao Tribunal Supremo de Angola a sua posição sobre a atual situação sociopolítica do país.
A situação foi relatada pelo coordenador geral da FPU e presidente da UNITA (maior partido na oposição), Adalberto Costa Júnior, o qual criticou o que chamou de “natureza violenta” do regime angolano.
“O que ocorreu, de facto, naquela rua da Presidência (à Cidade Alta, em Luanda) é [que] fomos impedidos de chegar ao Tribunal Supremo, é importante que o cidadão saiba que esta é a natureza do regime liderado por João Lourenço [Presidente de Angola]”, disse Adalberto Costa Júnior aos jornalistas.
Para o líder da UNITA, “é importante que o regime reflita a necessidade de reformar esta natureza violenta, uma natureza de não diálogo, que não é democrática e que não tem a liberdade de o cidadão circular normalmente junto das suas instituições”.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram um cordão de viaturas afetas à guarda presidencial e os respectivos efetivos armados a bloquear a principal rua de acesso ao Tribunal Supremo para impedir a mobilidade dos responsáveis da FPU.
O documento da FPU, apresentado na quarta-feira, em conferência de imprensa, retrata a degradação do país, sublinhando que a crise que se vive em Angola tornou o quotidiano da maioria dos angolanos “um autêntico calvário”, tendo os responsáveis do bloco anunciado que iriam remetê-lo hoje às instituições estatais.