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Angola com apenas 17,2% de terra arável cultivada “feita por sistema de irrigação”

Angola mantém-se com apenas 17,2% de terra cultivada dos 35 milhões de hectares aráveis de que o país dispõe, confirmou esta terça-feira, em Luanda, o ministro da Agricultura e Florestas, António de Assis.

Angop

Ao dissertar o tema “Estratégias para o fomento da produção alimentar”, na 3ª Conferência Angola Economic Outlook (AEO), o governante referiu que somente dois por cento (130 mil hectares) da área total cultivada é feita por sistema de irrigação, enquanto o restante depende da época chuvosa.

Reiterou que 90% da actividade agrícola, a nível do país, é desenvolvida pelas famílias, numa estimativa de 2,4 milhões de pessoas, e 10% pelo sector empresarial.

Segundo o ministro, a falta de conhecimento sobre o cultivo da terra, a dependência da logística agrícola importada e dificuldades na distribuição de produtos cultivados ainda continuam a ser os principais constrangimentos que inviabilizam o aumento da produção em Angola.

Para ultrapassar esses constrangimentos, referiu que o Executivo disponibilizou verbas para apoiar a presente campanha agrícola, valores destinados, essencialmente, aos pequenos agricultores e agricultura familiar.

Por seu turno, o presidente da Associação Agropecuária de Angola (AAPA), Vanderley Ribeiro, considerou preocupante os actuais indicadores de Angola sobre a segurança alimentar, apesar de registar um crescimento “tímido”, nos últimos anos, face à taxa de crescimento nacional.

Perante esse cenário, o também empresário defende a redefinição institucional do papel da agricultura familiar e empresarial, de modo a estreitar os objectivos relacionados à segurança alimentar e nutricional do país.

Já o director-geral da Carrinho Agri, David Maciel, entende que o desenvolvimento da agricultura nacional está estreitamente condicionado ao conhecimento técnico e tecnológico e que requer uma capacitação constante aos operadores de campo.

No domínio pesqueiro, a ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, considerou o crescimento da aquicultura como um segmento fundamental para o aumento dos recursos aquáticos no país.

Actualizou que já estão a ser desenvolvidos instrumentos legais para a prática da maricultura, tendo convidado os empresários a apostarem no segmento deste negócio.

Na mesma ocasião, o ministro da Indústria e Comércio, Rui Migêns de Oliveira, reafirmou que a importação deve ser complementar à produção nacional, facto que obrigou proteger, ao abrigo da lei, alguns bens que demonstram aumento na sua produção em Angola.

Com isso, referiu, primeiramente, as instituições públicas devem solicitar o mercado interno antes de recorrer ao mercado externo de bens e serviços.

Por sua vez, a ministra das Finanças, Vera Daves, apontou a remuneração suplementar em 30 mil kwanzas nos salários da função pública, o alargamento da isenção do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT) de 70 para Kz 100 mil, bem como a operacionalização do Fundo Nacional do Emprego, com 21 mil milhões de kwanzas, como as principais medidas tomadas pelo Executivo para proteger os rendimentos das famílias.

Promovida pelo Ministério do Planeamento, em parceria com a Revista Economia & Mercado, a 3ª Conferência Angola Economic Outlook (AEO) decorreu sob o lema “Segurança alimentar: Realidade, desafios e oportunidades”.

Durante o evento, dividido em dois painéis, os participantes debateram matérias ligadas ao “desenvolvimento económico 2023 e perspectivas macro-económicas para 2024”, assim como “estratégias para o fomento da produção alimentar”.