Os sindicatos angolanos de diferentes sectores denunciaram, hoje, 20, ameaças aos trabalhadores para que não adiram à greve geral, que começou hoje (20.03) para reivindicar melhoria salarial e redução de impostos.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, “as pessoas que foram para o trabalho são aquelas que estão a ser ameaçadas, mas mesmo assim têm consciência de greve”.
O sindicalista especificou que as os trabalhadores foram alvo de ameaças de descontos, de implicações na progressão de carreira e outras, mas manifestou-se surpreendido pela adesão no primeiro dia de uma greve. “A adesão é muito boa”, disse.
Por seu lado, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, denunciou que a conferência de imprensa de segunda-feira (18.03) sobre a greve não foi noticiada pelos órgãos de comunicação social públicos, referindo que “houve uma orientação expressa para que não fosse referenciada”.
Para Teixeira Cândido, qualquer omissão do evento nos principais órgãos de comunicação social públicos é uma violação de um direito constitucional, o direito do cidadão à informação. “Isso é matéria de interesse público, obviamente que a media deve cobrir, se a media não cobre é óbvio que está a recusar ao direito de informação do cidadão”, sublinhou.
Os funcionários públicos angolanos iniciaram hoje (20.03) a primeira fase da greve geral convocada pelas três centrais sindicais, que terá a duração de três dias.
As centrais aprovaram, por unanimidade, uma greve geral interpolada com início a 20 de março e que vai decorrer em três fases, com um primeiro período de três dias entre 20 e 22 de março, outro de sete dias entre 22 e 30 de abril e outros 11 dias entre 3 a 14 de junho de 2024.