O Presidente da República de Angola, João Lourenço, visitou, domingo, a Base de Plantio de Cogumelos Comestíveis da Qihe, o Grupo Luthai, Academia Agrícola e, também, a Shandong Xinhua Medical Instrument Co. Ltd., na província de Shandong, na costa Leste da China.
Numa das províncias mais desenvolvidas economicamente da China, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 9,2 trilhões de yuans em 2023, um aumento de 6% em relação ao ano anterior e em terceiro lugar no cômputo do país, atrás apenas de Guangdong e Jiangsu, o estadista angolano tomou contacto com evidências de uma elevada qualidade de vida humana.
O pensamento confucionista, que defende “um mundo para todos” e “harmonia entre todas as nações”, é uma parte importante da cultura tradicional chinesa aqui representada e que continua a ter uma profunda influência no mundo. A China, além de possuir abundantes recursos turísticos, tem quatro locais classificados pela ONU como Património Mundial, nomeadamente Monte Tai, os Três Kongs de Qufu, o Grande Canal Pequim-Hangzhou e a Grande Muralha Qi.
A cidade de Zibo, localizada no centro da província de Shandong, com uma área total de 5.965 quilómetros quadrados e uma população residente de mais de 4,7 milhões de habitantes, tem uma longa história e rica herança cultural, ao que se junta uma indústria próspera e dinâmica.
Como uma das primeiras cidades chinesas a abraçar a modernização industrial e comercial, Zibo desenvolveu um sofisticado sistema industrial liderado pelo sector Petroquímico, Farmacêutico, novos materiais, equipamentos inteligentes e tecnologia de informação.
Nesta cidade, João Lourenço visitou empreendimentos socio-económicos, já que Zibo alberga as principais indústrias emergentes, como às ligadas às energias renováveis e economia digital, qualquer uma delas em crescente desenvolvimento.
Com um parque empresarial vibrante, a cidade de Zibo tem 36 empresas cotadas em bolsa, as conhecidas “81 gigantes emergentes” especializadas e inovadoras, e 19 campeões de fabricação, ocupando o sexto lugar no país.
A experiência de Zibo pode ser aproveitada em diversas perspectivas, pois é uma das cinco capitais da cerâmica na China e a terra natal do vidro chinês, daí ganhar a reputação de “cerâmica de Zibo, de grande qualidade nacional”, e com uma taxa de urbanização da população residente de 75%.
A cidade recebeu várias honrarias, como Cidade Civilizada Nacional, Cidade Sanitária Nacional, Cidade Florestal Nacional e Cidade Turística Excelente da China.
Segundo dados disponíveis, as autoridades locais têm-se empenhado em construir uma cidade-parque em toda a região e uma amiga do desenvolvimento juvenil, planificando e implementando uma série de projectos importantes de integração de cultura, turismo e restauração ecológica.
É nesta cidade onde se organizam parques de bolsa e distritos comerciais característicos e outras instalações modernas de lazer.
João Lourenço foi informado pelos anfitriões que a taxa de cobertura verde das áreas construídas é de 45% e de parques e espaços verdes per capita é de 20 metros quadrados. Zibo é uma cidade aberta e inclusiva, que acolhe gente de todo o mundo.
“Estamos comprometidos em expandir o nosso círculo de amigos internacionais, estabelecendo relações de amizade e cooperação internacional com 35 cidades em 23 países e relações comerciais e económicas com 208 países e regiões”, diz o manifesto das autoridades de Shandong.
Cultivo de Cogumelos Comestíveis da Qihe Biotech
O Chefe de Estado começou aqui a visita guiada às instalações da Shandong Qihe Biotech Co. Ltd, empresa chinesa de alta tecnologia que integra pesquisa e desenvolvimento, produção, venda e exportação de cogumelos comestíveis, além de demonstração tecnológica de todo o processo.
A indústria de shiitake é líder mundial e a empresa desenvolveu cepas com direitos de propriedade intelectual independentes, como Qihe No.2 e Qihe No.9, resolvendo o problema de shiitake e dando ao shiitake uma marca chinesa. Em 2022, gerou uma receita em exportações de 35,95 milhões de dólares em divisas.
Esta infra-estrutura, visitada pelo Presidente da República, segue os principios de padronização, digitalização e internacionalização da agricultura, tendo estabelecido nove bases industriais de shiitake em locais como Seattle, Nova Jersey e Atlanta, nos Estados Unidos, Chiba, no Japão, Polónia e Barcelona, em Espanha. Os seus produtos são exportados para mais de 60 países e regiões.
Tem unidades industriais em diversos lugares com o objectivo de “desenvolver uma base, impulsionar a indústria, enriquecer os agricultores locais e promover a economia local”, factos que ajudaram mais de 200 vilarejos e mais de 60 mil famílias rurais a aumentar os rendimentos, com quase 1 bilião de varetas de cogumelos da variedade Qihe plantadas em todo o país e uma taxa de cobertura de 100% nas áreas domésticas de produção.
Aqui, o Chefe de Estado angolano foi informado que a empresa confia na inovação independente e na cooperação entre indústria, academia e pesquisa para desenvolver novos substratos de cultivo de shiitake com uso de resíduos agrícolas e florestais, como troncos de macieiras descartados, cascas de trigo e miolos de milho, substituindo os recursos de madeira.
Esta empresa desenvolveu um fertilizante orgânico que aumenta signficativamente a fertilidade dos solos, reduz a ocorrência de doenças e melhora a qualidade dos produtos agrícolas, alcançando um desenvolvimento agrícola sustentável, circular e verde.
A delegação presidencial recebeu informações sobre como aproveitar a oportunidade digital, já que a empresa colaborou com institutos de pesquisa renomados e líderes mundiais em equipamentos inteligentes para desenvolver o sistema mais avançado do mundo em produção inteligente de cogumelos comestíveis.
Nesta empresa é realizada a produção inteligente de varetas de cogumelos e promovida a integração profunda da Inteligência Artificial em toda a cadeia industrial, desde pesquisa e desenvolvimento, produção, inspecção, logística e vendas, estabelecendo-se como uma empresa líder em agricultura inteligente global.
A Base de Demonstração Industrial de Shiitake tem como objectivos realizar a integração da Ciência, Indústria e Cultura, criando um modelo único de revitalização rural de Shandong. A empresa propôs o objectivo estratégico de longo prazo de “cinco cem”: construir 100 bases industriais de shiitake na China e expandir para 100 países em cerca de dez anos, impulsionando um milhão de agricultores à prosperidade.
Grupo Luthai
Também nesta cidade, o Chefe de Estado visitou o Grupo Luthai, fundado em 1987, e responsável pelo fornecimento global de soluções de vestuário com tecidos de ponta como núcleo.
É o maior produtor de tecidos de cor tingida de alta qualidade do mundo e um fabricante de camisas de marcas internacionais de primeira linha, ocupando o topo em receitas de negócios principais na indústria de tecidos de cor tingida da China por muitos anos.
Esta empresa, visitada por João Lourenço e delegação que o acompanhou, está listada nas bolsas de valores A e B, com uma cadeida industrial completa, que vai desde fiação e tecelagem, tingimento e acabamento, até à produção de roupas e marketing de marca.
Com 19 subsidiárias, 3 escritórios e mais de 40 fábricas de produção em países como Estados Unidos, Itália e Japão, é uma empresa têxtil e de vestuário integrada à cadeia industrial, inovadora e internacionalizada, que abrange pesquisa e desenvolvimento, produção, fabricação e serviços de marketing.
Possui 700 mil fusos de fiação e 100 mil de linha, com capacidade anual de produção de 220 milhões de metros de tecidos de cor tingida, 90 milhões de metros de tecidos funcionais, 14 mil toneladas de tecidos de malha e 30 milhões de peças de vestuário. Mais de 60% dos produtos são vendidos para mais de 60 países e regiões, incluindo EUA, União Europeia e Japão.
A empresa estabeleceu relações de cooperação estratégica com conhecidas marcas internacionais. A participação de mercado de tecidos de cor tingida de médio e alto padrão representa mais de 18% do mercado global. Na despedida aos responsáveis da empresa, o Presidente João Lourenço mostrou-se satisfeito com os níveis de excelência da fábrica.
Xinhua Medical Instrument Co. Ltd
Outro empreendimento visitado pelo Presidente angolano foi a Xinhua Medical, fundada em 1943 e listada em 2002 como unidade líder da Associação da Indústria de Dispositivos Médicos da China.
Os segmentos de negócios incluem dispositivos médicos, equipamentos farmacêuticos, comércio médio e serviços médicos.
Destacam-se os produtos de controlo de infecções, que são os primeiros em variedade e escala no mundo, e o nível tecnológico de equipamentos de diagnóstico por radiação e equipamentos farmacêuticos é comparável ao dos melhores do mundo.
A Xinhua Medical responde activamente à estratégia de desenvolvimento no estrangeiro do país e à iniciativa Cinturão e Rota, com produtos de dispositivos médicos, equipamentos farmacêuticos e instrumentoss cirúrgicos, servindo a mais de 110 países e regiões em todo o mundo, com 5 centros de vendas na Rússia, Alemanha, Indonésia, Vietname e Egipto.
Academia de Ciências Agrícolas
É uma unidade de pesquisa agrícola provincial, abrangente e de utilidade pública, directamente subordinada ao Governo provincial.
O Presidente da República visitou esta instituição responsável pela construção do Centro de Inovação em Ciência e Tecnologia Agrícola do Huanghuaihai Nacional e do Centro de Inovação em Ciência e Tecnologia Agrícola da Província de Shandong.
Após quase um século de reforma e desenvolvimento e o incansável esforço de várias gerações da academia, tornou-se um dos institutos provinciais de ciências agrícolas mais importantes do país, com grande escala, força considerável, disciplinas abrangentes, contribuições e eficácia notáveis e ampla influência nacional e internacional.
O Presidente da República incluiu, na agenda da visita de Estado de tretdias à China, esta academia por ser líder em inovação tecnológica agrícola em Shandong e uma força no apoio ao desenvolvimento agrícola da região de Huanghuaihai, destacando-se entre as academias de ciências agrícolas em todo o país.
A academia, visitada por João Lourenço, possui 11 departamentos, 21 unidades de pesquisa e 17 filiais com relações de orientação, além de uma estação de trabalho de pós-doutorado. Conta com 2.018 funiconários activos, 888 dos quais técnicos de alto nível e 795 doutores.
Com foco nas principais necessidades tecnológicas da indústria agrícola moderna, a academia prioriza a construção de oito grupos disciplinas principais, cobrindo 44 áreas de pesquisa, entre culturas de grãos, económicas, fruticultura, horticultura, pecuária, sericultura, recursos ambientais, protecção de plantas, segurança e qualidade de produtos agrícolas, processamento profundo de produtos agrícolas, maquinaria agrícola, nutrição e saúde, além de robótica agrícola.
João Lourenço percorreu a academia que adopta uma estratégia de abertura e estabelece relações de cooperação científica e tecnológica com mais de 10 organizações internacionais e mais de 70 instituições de pesquisa, universidades e regiões de vários países, incluindo o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo e o Instituto Internacional de Pesquisa de Culturas para os Trópicos Semiáridos.