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HomeNOTÍCIASGilberto Simão: “O lobby da importação de trigo não deixa os produtores...

Gilberto Simão: “O lobby da importação de trigo não deixa os produtores nacionais produzirem

O presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelaria de Angola (AAIPA), Gilberto Simão de- fende a implementação da carteira profissional dos industriais para impedir a fabricação de pão de má qualidade. Disse, igualmente, que caso o governo não pôr ordem e reforçar a fiscalização nas padarias continuaremos a comer pão em condições impróprias para os humanos.

Qual é o actual quadro da indústria panificadora em Angola?

O quadro na panificação em Angola resume-se na importação do grão de trigo para transformação em farinha de trigo, neste momento não existe problema de falta de matéria-prima, porque o governo atende as preocupações das necessidades na aquisição de farinha de trigo. Actualmente, contamos com mais de 10 moageiras que estão transformar farinha de trigo. Simples- mente a transformação do produto não está a satisfazer o mercado interno, porque está a ser reexportada.

O problema está nos distribuidores. Os grossistas fazem a sua actividade legal passando o produto de mãos em mãos e o saco de 50 quilos de farinha de trigo que no mercado interno é vendido a 26 mil kwanzas, os grossistas estão a vender a 40 mil kwanzas. Há muita especulação de preços para provocar escassez. A farinha de trigo está a ser levada à República Democrática do Congo, onde o saco de 50 kg está a ser comercializado ao equivalente a USD 100. Criou-se um falso dilema que não há farinha de trigo, o que não é verdade porque existe muita matéria-prima só que é reexportada.

O que acha deve ser feito?

O governo deve tomar medidas e fiscalizar. A inspecção das actividades económicas (ANIESA) tem de desempenhar o seu papel de fiscalizar. Com esta situação as indústrias de panificação de nacionais não estão a conseguir manter a produção com o preço elevado da farinha de trigo e estão a encerrar. Hoje 80% das padarias estão nas mãos de estrangeiros, porque são eles que têm poder económico para gerir a situação da produção do pão, além das padarias geridas por estrangeiros que estão a fazer o seu papel temos as grandes superfícies também a vender pão. As grandes superfícies podem não ter tanto lucro com a venda do pão, mas ganham com o comércio de outros produtos como óleo, farinha, feijão e outros.

C/O País

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