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Homens de gatilho no Bita Taque denunciam existência de grupos organizados na ocupação ilegal de terrenos

Antigos Comatentes e Veteranos da Pátria no Bita Tanque nas mediações do Distrito Urbano do kapakapa, no município de Belas, em Luanda, denunciaram, a existência de grupos organizados de pessoas que se dedicam exclusivamente a ocupação ilegal de terrenos que se intitulam serem supostamente membros da Sonangol.

Em declarações à imprensa, naquela circunscrição, os homens de gatilhos revelaram que enfrentam problemas dos “invasores”. Segundo conta Francisco Zua Pedro que, as áreas em causa pertencem aos ex-militares numa iniciativa do ministério dos Antigos Combatentes e veteranos da Pátria. Os grupos organizados, intimidam cidadãos, espancam-no, ocupam as suas lavras e depois fazem o talhonamento das terras para fazem das suas.

“Este espaço já foi adquirido pelos antigos combatentes e veteranos da pátria desde 1985 para diante a fim, de ajudar aqueles que sofreram, mas infelizmente nos anos de 1997 quando a Sonangol retoma esta parte, é quando foram expulsos a maior dos antigos combatentes e ocuparam este território e começaram a vandalizar esta área. O senhor Chaves e outros engenheiros e a PCU osubmeteram-nos  torturas e detenções”.

Segundo conta que o Tribunal tendo analisado a situação, devolveu as terras às mãos dos antigos combatentes, mas ainda regista-se presença dos invasores que continuam a tirar sono, muitas vezes munidos de armas brancas e de fogo, e por isso, pedem apoio de quem de direito para por cobro dos invasores.

“Eles ameaçam os camponeses detentores dessas terras, batem e já houve há dois anos um caso de quase a morte de um cidadão, devido a ferimentos causados por um golpe perpetrado pelos agentes da PCU. Felizmente os criminosos já se encontram a contas com a justiça”, referiu. Avançou que nos grupos encontram-se elementos civis e outros trajando uniformes das forças de defesa e segurança.

Manuel Monteiro é outro morador que diz estarem impedido de frequentar suas terras pelas forças da PCU, Sr. Malebo.” Não temos paz, é muito

Luca Flay filho de uma das camponesas e residente do bairro desde 1985 quando lhes foram atribuídas as terras, com seus dez anos. “cresci nestas terras a minha mãe começou a trabalhar aqui”.

A área pertece à Atigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

Tudo começou em 1997 quando chegaram homens da Sonangol, com promessas de indemnizarem todos camponeses, mas o que nunca se cumpriu até ao momento.

De igual modo, disse que os invasores não querem contacto com as autoridades locais, “Os invasores usam muitas vezes o nome de engenheiros para ludibriar camponeses, quando na verdade nem sequer nos conhecem. Forjam as nossas assinaturas, mas as pessoas têm que saber que nem eu nem o soba temos competência para distribuir ou vender terrenos”, esclareceu.

Apelou ao governo de Luanda que aprove e implemente um plano director para a cidade, que permita aos cidadãos o acesso fácil a lotes de terrenos já organizados e estruturados para auto-construção dirigida, evitando-se a continuidade do fenómeno ocupação ilegal de terrenos.

Na mesma senda, a camponesa Teresa Jorge disse que perdeu mais de dois hectares de terra a favor dos invasores, há cerca de três anos, tendo sido na altura ameaçada, pelo que preferiu calar. “Eles vêm em grupo, chegam a ocupar diversos hectares num só dia, ficam aí a comer e a beber, depois fazem o talhonamento, enquanto uns ficam de vigia”, disse.

Revelou que situações idênticas já aconteceram com camponeses de diferentes áreas da cidade de Luanda.

De recordar que, já havia se referido à complexidade do fenómeno ocupação de terrenos naquele circuscrição sendo das áreas mais problemáticas a esse nível em Luanda, e apelou por isso a uma conjugação de esforços a nível dos vários sectores, administração, justiça, polícia, Forças Armadas, para combatê-lo.