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“Eleições autárquicas não vão se ralizar nas ruas”diz João Lourenço

O Presidente do MPLA criticou, este sábado (03.02), a oposição por pretender realizar manifestações para exigir eleições autárquicas, considerando que estas “não se exigem, nem se oferecem”, pois a sua realização “não passa pelas ruas, mas por trabalho no parlamento”.

João Lourenço, que discursava no ato de lançamento da Agenda Política 2024 do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), disse que a Assembleia Nacional (parlamento) de Angola é o palco onde o pacote legislativo será aprovado, com trabalho conjunto das forças políticas representadas, “e não nas ruas”.

“Se existe alguém mais interessado em que o poder autárquico seja o mais rapidamente possível implementado, somos nós que neste momento governamos o país, e a prova disso é que aqueles que às vezes fazem passar a mensagem errada, falsa, enganadora de que estão mais interessados na criação das autarquias do que nós, não foram eles que tiveram a iniciativa”, apontou.

Perante milhares de militantes do partido que lidera, neste ato que decorreu no Distrito Urbano do Camama, em Luanda, João Lourenço, que falava na qualidade de presidente do MPLA, referiu que foi o seu Governo que falou pela primeira vez da necessidade da realização das primeiras eleições autárquicas em Angola.

Recordou que o seu executivo preparou e remeteu o pacote legislativo autárquico no parlamento, onde grande parte dos diplomas foi já aprovada, faltando apenas a Lei sobre a Institucionalização das Autarquias Locais. Hoje, em resposta à pretensão da oposição, o presidente do MPLA criticou a pretensa realização de manifestações de rua para “exigir” as primeiras autárquicas de Angola, tendo realçado que estas não vão sair das ruas.

“Até hoje não temos as autarquias locais e nós vamos ouvindo dizer que alguém está a organizar manifestações de rua para exigir as autarquias locais”, questionou. Fazendo alusão às declarações do líder da UNITA, João Lourenço considerou que as autarquias “não se exigem, não se oferecem, trabalham-se para alcançar esse objetivo”. “Mas, como eles são avessos ao trabalho, o único trabalho que conhecem é provocar a desordem, estão a se preparar para provocar a desordem, para fazer aquilo que eles chamam exigir as autarquias locais”, criticou.

Na mesma ocasião, João Lourenço defendeu que Angola alcançou vários progressos em 50 anos de independência, nos domínios das escolas, água, energia e infraestruturas, mais do que o governo colonial português fez em 500 anos. Internamente, João Lourenço defendeu a necessidade de se prestar “mais atenção” na preparação dos militantes e quadros do partido, admitindo que o MPLA tem muito trabalho a realizar, sobretudo a sua organização a nível de base. Para o presidente do MPLA, o partido não pode contar apenas com os militantes.

“Andamos muito fechados no nosso quintal, precisamos de trabalhar com os que estão fora do nosso partido”, exortou, tendo ainda pedido mais atenção às comunidades angolanas no exterior, recordando que estas votaram, pela primeira vez, nas eleições gerais de 2022.

João Lourenço encorajou ainda a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) a prosseguir o seu trabalho “sem autorizações de qualquer partido político”, referindo que este órgão, abandonado pela UNITA, em dezembro de 2023, deve trabalhar em todo o território angolano.

Com DW