Lisboa – A Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra disponibilizou apoio psicológico à família da grávida de 36 anos e do bebé que morreram na semana passada, confirmou esta terça-feira uma amiga próxima da família, Paloma Mendes, à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, a diretora de Obstetrícia da ULS Amadora-Sintra contactou a família para manifestar solidariedade e garantir que, “se for preciso algum apoio a nível psicológico”, este seria assegurado pela unidade de saúde. Mendes adiantou ainda que a responsável perguntou pelo estado emocional dos familiares, mas não detalhou o tipo de acompanhamento oferecido.
A família da vítima pretende apresentar uma queixa por difamação contra a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na sequência de declarações feitas na Assembleia da República na sexta-feira.
Na ocasião, a ministra afirmou que a grávida “não tinha tido acompanhamento prévio” no hospital. Contudo, no domingo, a própria administração da ULS Amadora-Sintra reconheceu que a utente estava a ser acompanhada desde julho nos cuidados de saúde primários, concretamente na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Agualva.
Em comunicado, o conselho de administração da ULS Amadora-Sintra explicou que a situação só foi identificada “devido à inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado”, que permita a partilha automática de dados médicos entre diferentes serviços e unidades.
Essa falha tecnológica impediu que os médicos hospitalares tivessem acesso ao histórico clínico da paciente, o que poderá ter influenciado o acompanhamento prestado antes da morte da mulher e do bebé.
O caso continua a gerar forte indignação pública e questionamentos sobre o funcionamento do sistema de saúde, especialmente no que diz respeito à coordenação entre cuidados primários e hospitalares.

