Supostos elementos não identificados afectos ao Serviços de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, foram neste sábado, 1 de Novembro, às instalações do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), onde teriam retirado livros contendo o registo de documentos, que atestam a titularidade de terrenos da empresa Konda Marta, no município da Camama.
Segundo uma fonte do Comando-Geral da Polícia Nacional, o facto aconteceu na manhã deste sábado, após a notificação de um funcionário da secretaria do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), via telefónica por efectivos do SIC junto ao Comando Geral, para que o mesmo comparecesse na instituição mesmo não sendo dia normal de trabalho.
A fonte acrescenta que a orientação para o cumprimento da missão dos “operativos do SIC”, foi alegadamente “baixada” pelo Comandante-Geral, Francisco Ribas. O funcionário, cuja identidade não foi revelada, segundo apurou o Club-K, foi o escrivão que acusou a recepção da documentação da empresa Konda Marta no IGCA.
“Ele tentou reclamar por não ser dia normal de serviço, mas exigido a estar presente pelo que teve que se deslocar até à instituição, onde encontrou os efectivos do SIC”, contou a fonte.
O funcionário, conforme descreveu a fonte policial, foi igualmente obrigado a entregar a chave da secretaria do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), o que não terá concordado, pois segundo ele, “só podia entregar as chaves com a autorização do director, mas eles disseram que o director já estava dentro das instalações”.
Ao entrar, o escrivão encontrou o seu chefe dentro do gabinete e foi solicitado para apresentar o livro de registo, onde contém os documentos da Konda Marta, ao que tentou recusar, mas o seu superior hierárquico, disse que podia fornecer aos homens do SIC, os dois livros, sendo que, o processo da empresa Konda Marta, que litiga a disputa de terrenos com altos oficiais da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA) foi encontrado no segundo livro de registo.
Após a entrega dos livros, elementos do Serviços de Investigação Criminal (SIC) “obrigaram” ao funcionário do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), para que os acompanhasse e foi levado para o Comando-Geral Polícia Nacional, onde ficou detido durante algumas horas. “Posto lá foi informado que estava detido sem saber o tipo de crime”.
O mesmo foi colocado em liberdade após a intervenção do seu pai – por sinal um procurador. “O funcionário esqueceu de informar ao magistrado, que o livro de registo, onde consta o nome da empresa Konda Marta, que deu origem à sua detenção ficou no Comando-Geral da Polícia Nacional, com o propósito de denegrir a sentença do Tribunal da Comarca de Luanda, que restituiu a posse provisória à empresa Konda Marta”, reforçou a fonte que temos vindo a citar.
Reagindo a acção, o Presidente do Conselho de Administração da empresa Konda Marta, Daniel Afonso Neto lamentou o facto e sublinhou que “tudo isso acontece depois de terem sido denunciado o despacho de um conservador, que pretende falsificar documentos para invalidar os processos da Konda Marta”, disse.
Afirmou ainda que o acto das autoridades do Comando-Geral surge momentos depois de ter denunciado a existência de um suposto plano traçado no sábado, dia 18 de Outubro, que visa a sua “execução sumária”.
Refira-se que, na noite de quinta-feira, 30 de Outubro, três agentes de segurança ao serviço da empresa “Konda Marta” foram baleados por supostos agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP).
A denúncia foi avançada em conferência de imprensa no dia seguinte, no local em que ocorreu o incidente pelas vítimas, que descreveram que “eles vieram mesmo para nos matar”.
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