Lisboa — O consórcio europeu responsável pela produção do Eurofighter Typhoon manifestou oficialmente o interesse em fornecer as suas aeronaves a Portugal, que se prepara para substituir a sua frota de caças F-16, atualmente em fim de vida operacional.
O grupo, formado pelas principais empresas aeroespaciais da Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido—Airbus, BAE Systems e Leonardo, assinou esta segunda-feira um memorando de entendimento com o Cluster Português das Indústrias da Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED Cluster Portugal). O acordo pretende identificar oportunidades de cooperação industrial e tecnológica antes do lançamento do processo de substituição da frota.
De acordo com Ivan Gonzalez Exposito, diretor de vendas do Eurofighter, o consórcio vê em Portugal “uma oportunidade estratégica” para reforçar a autonomia europeia em matéria de defesa. “Somos o candidato ideal para substituir o F-16 em Portugal. Queremos contribuir para a soberania nacional e europeia”, afirmou o responsável, citado pela imprensa económica.
A Airbus, que já tem operações em território português, promete ampliar a sua presença caso o negócio avance, criando novas oportunidades de colaboração e investimento.
Além do Eurofighter, outras fabricantes internacionais também disputam a preferência portuguesa. A Saab, da Suécia, apresentou o Gripen E como alternativa, enquanto a Lockheed Martin, dos Estados Unidos, propôs o F-35, um dos caças mais avançados do mundo.
O consórcio europeu confirmou que já iniciou contactos com o Ministério da Defesa Nacional e com a Força Aérea Portuguesa para compreender as necessidades operacionais do país. “Sabemos que substituir o F-16 será um processo complexo, que pode levar dois a três anos e exigirá uma decisão orçamental sólida. Estamos empenhados em apresentar uma proposta competitiva e alinhada com os interesses portugueses”, sublinhou Exposito.
Atualmente, o programa Eurofighter Typhoon contabiliza mais de 740 encomendas em nove países, incluindo Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Áustria, Arábia Saudita, Omã, Kuwait e Qatar. Nesta segunda-feira, a Turquia juntou-se à lista de operadores ao anunciar a compra de 20 jatos.
Se Portugal optar por integrar o projeto, poderá reforçar a sua ligação à indústria europeia de defesa e garantir maior interoperabilidade com os aliados da NATO.
