Luanda — Em linha com as recomendações saídas da Conferência Nacional sobre o Capital Humano, realizada em agosto em Luanda, o Governo angolano está a implementar um conjunto de medidas estratégicas destinadas a melhorar a qualidade do ensino e diversificar a oferta formativa em todos os níveis de ensino.
Mais de 2 mil participantes, incluindo quadros da diáspora, participaram no encontro que serviu de base para a nova fase de harmonização curricular e revisão dos programas de ensino superior, de modo a adequá-los às exigências do mercado de trabalho e às prioridades do desenvolvimento nacional.
O processo em curso inclui a revisão dos currículos universitários e o incentivo à criação de novos cursos nas áreas das ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM). A meta é garantir que a formação superior responda às reais necessidades do país e promova o desenvolvimento de competências técnicas e científicas.
No domínio da qualidade, o Ministério do Ensino Superior concluiu a quarta fase da avaliação externa das instituições e encerrou a segunda fase de acreditação de cursos, estando atualmente em revisão mais de 60 projetos pedagógicos. Estas medidas visam reforçar a credibilidade e o rigor das universidades e institutos politécnicos.
O Governo anunciou a inauguração de novas infraestruturas universitárias na Universidade do Ejanconde, em São Rimo e no Dundu, bem como a conclusão das obras do Instituto Superior Politécnico do Sunda.
Estão igualmente em andamento a terceira fase da Universidade do Namibe e a construção de novos institutos superiores politécnicos nas cidades do Cuito, Luena, N’dalatando, Ondjiva e Soyo.
A meta estabelecida é atingir uma taxa bruta de 16% de frequência no ensino superior até 2050, o que implicará continuar a investir em infraestruturas nas províncias de Luanda, Cabinda, Malanje, Benguela, Huambo, Huíla, Cuando Cubango, Uíge e Zaire.
Com o apoio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Angola está a rever a sua Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, incluindo a atualização da legislação do setor.
Atualmente, 71 projetos de investigação científica estão a ser financiados pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundecid).
O país prepara-se também para inaugurar o Parque de Ciência e Tecnologia da ANDA e reabrir o Centro Nacional de Investigação Científica, que contará com seis novos laboratórios.
O Executivo projeta aumentar o número de docentes doutorados, com o objetivo de que, até 2050, quase metade dos professores universitários possuam o grau de doutor. Está igualmente em curso um programa de formação pedagógica para todos os docentes.
No campo da formação profissional, Angola dispõe hoje de mais de 305 especialidades, abrangendo setores como agricultura, administração, turismo, tecnologia, artes e construção civil.
O foco agora é adequar a formação às reais necessidades do mercado de trabalho, com prioridade para as áreas com maior potencial de absorção de mão de obra qualificada.
O emprego jovem continua a ser uma das grandes preocupações do Governo, que aposta em políticas transversais de crescimento económico e geração de postos de trabalho.
O Fundo Nacional de Emprego de Angola (FUNEA) já beneficiou mais de 26.900 cidadãos, através do Programa Jovem Angola – Jovens e Oportunidades de Bons Empregos, que oferece estágios, microcrédito e kits profissionais.
Com estas medidas, Angola procura construir um sistema educativo e científico mais robusto, moderno e competitivo, capaz de impulsionar o desenvolvimento sustentável e preparar uma nova geração de profissionais altamente qualificados.

