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Ministra Palestina critica inação da União Europeia face às violações de Israel em Gaza

by REDAÇÃO

Bruxelas – A ministra dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Varsen Aghabekian Shahin, manifestou-se “chocada e dececionada” com a falta de medidas por parte da União Europeia (UE) contra Israel, apesar de um relatório oficial apontar para dezenas de violações dos direitos humanos cometidas nos territórios palestinianos.

Durante uma visita a Bruxelas, Shahin criticou a inação dos Estados-membros da UE, após os chefes da diplomacia europeia não terem alcançado consenso sobre eventuais sanções contra Israel. A ministra referiu que o mais recente relatório da própria UE identificou 38 violações do artigo 2 do Acordo de Associação entre Israel e a União Europeia — cláusula que exige o respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos.

“É extremamente claro. As violações estão documentadas e são visíveis. O mundo inteiro tem acompanhado o que se passa em Gaza: mortes, crimes de guerra, civis a serem mortos em filas por alimentos”, afirmou Shahin em entrevista à Euronews.

Apesar de a UE e os seus Estados-membros serem os principais doadores de ajuda humanitária aos palestinianos, divergências internas continuam a bloquear uma resposta comum. Alguns países, como Alemanha, Áustria, Hungria e República Checa, opõem-se sistematicamente a qualquer crítica às ações militares de Israel.

A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, apresentou recentemente dez possíveis medidas de resposta às infrações israelitas. Entre essas opções estão a suspensão da participação de Israel no programa de investigação Horizonte Europa, restrições comerciais, embargo de armas e sanções direcionadas a membros do governo israelita, como os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, já sancionados por países como o Reino Unido, Canadá e Austrália por incitarem à violência contra palestinianos na Cisjordânia ocupada.

Ainda assim, qualquer medida punitiva exige unanimidade entre os 27 Estados-membros ou, pelo menos, apoio das maiores potências do bloco para decisões por maioria qualificada — o que até ao momento não aconteceu.

A situação humanitária na Faixa de Gaza mantém-se dramática. Segundo a ONU, um terço da população local enfrenta dias inteiros sem acesso a comida, e os hospitais correm o risco de encerrar por falta de combustível. Mesmo após um acordo recente entre a UE e Israel para aumentar a entrada de ajuda, o número de pontos de distribuição caiu drasticamente de 300 para apenas quatro.

Shahin apelou à aplicação de mecanismos de verificação mais rigorosos por parte da UE, alegando que, desde a assinatura do acordo, o número de mortos continuou a aumentar. Num dos episódios mais recentes, dez civis — incluindo seis crianças — perderam a vida durante a distribuição de água num campo de refugiados, incidente que Israel atribuiu a um “erro técnico”.

Israel justifica as ações militares como resposta à alegada apropriação de ajuda por parte do Hamas, mas a ministra palestiniana ressalva que, independentemente disso, “a ajuda que entra em Gaza é insuficiente para atender às necessidades básicas da população”.

A crítica da diplomacia palestiniana sublinha a crescente pressão internacional para que a União Europeia adote uma postura mais firme e coerente com os seus próprios princípios de defesa dos direitos humanos.

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2 comments

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