João Lourenço defende uma África unida, soberana e desenvolvida na celebração do dia de África

Luanda — O Presidente da República de Angola e Presidente em Exercício da União Africana, João Manuel Gonçalves Lourenço, proferiu neste sábado uma mensagem solene por ocasião da 62ª comemoração do Dia de África, destacando a importância histórica e o compromisso renovado com a construção de um continente unido, soberano e desenvolvido.

Na sua mensagem, o Chefe de Estado angolano recordou o papel dos líderes históricos africanos, como Kwame Nkrumah, Haile Selassie, Agostinho Neto e Amílcar Cabral, que lançaram as bases da unidade africana, alicerçadas na solidariedade, na emancipação e na cooperação entre os Estados do continente.

Segundo João Lourenço, a criação da Organização da Unidade Africana em 1963, predecessora da atual União Africana (UA), representou um marco na afirmação política e económica dos povos africanos, guiados pela ideia de controlar o seu próprio destino. “A visão de uma África forte e autossuficiente permanece como farol para as nossas ações”, afirmou.

O Presidente destacou os esforços atuais da UA para consolidar a governação democrática, impulsionar o desenvolvimento sustentável e promover a paz e a segurança no continente. Ressaltou ainda a necessidade de enfrentar desafios contemporâneos como os conflitos internos, o terrorismo, a instabilidade política e os obstáculos socioeconómicos, como o desemprego jovem e o acesso limitado a serviços essenciais.

Lourenço fez um apelo à união e ao fortalecimento das instituições africanas, reforçando o papel estratégico da juventude africana e do capital humano na transformação do continente. “Devemos acreditar no potencial de África, na sua criatividade, nos seus recursos naturais e, acima de tudo, na sua juventude inovadora”, declarou.

Entre as iniciativas destacadas, o Presidente angolano sublinhou a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e a realização de uma grande conferência sobre infraestruturas como motor do desenvolvimento africano. “África não quer continuar a ser apenas um continente à espera de apoio, mas um actor estratégico em construção”, reforçou.

Encerrando a sua mensagem, João Lourenço convidou todos os africanos e afrodescendentes a renovar o compromisso com a liberdade, a justiça e o progresso coletivo, sob o lema do ano da União Africana: “Justiça para os Africanos e Afrodescendentes, através de Reparações”.