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Paulo Rangel reforça posição da AD: “Não haverá coligação com o Chega”

by REDAÇÃO

Em meio ao cenário político incerto que se desenha após as eleições legislativas, Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros e uma das principais figuras da Aliança Democrática (AD), esclareceu de forma categórica: não há qualquer intenção de formar uma coligação governamental com o Chega. A declaração foi feita em entrevista à Euronews, durante um programa especial que também abordou os resultados eleitorais na Roménia e na Polónia.

Durante a conversa, Rangel foi direto: “Fomos muito claros ao longo da campanha – e mesmo antes dela – em afirmar que a AD não fará nenhuma coligação governamental com o Chega. Esta posição mantém-se intacta.”

Com os resultados das eleições a confirmarem a vitória da AD, mas sem garantir maioria absoluta, Rangel reforçou que o caminho agora será o do diálogo pontual. A estratégia passa por negociar proposta a proposta com as diferentes forças representadas no Parlamento.

“Não temos uma maioria absoluta, nem nós nem os liberais. Assim, tal como no último ano, iremos apresentar um programa de governo que seja viável com base em negociações intensas com os demais partidos”, explicou.

Rangel afirmou ainda que esta abordagem não é novidade para a AD, que já funcionou nos últimos meses com um modelo semelhante. Segundo ele, o governo está preparado para cooperar e encontrar consensos, mantendo uma postura de abertura ao diálogo parlamentar.

Apesar da fragmentação do Parlamento, Rangel demonstrou confiança na legitimidade da AD para liderar a formação de um novo governo. “Os resultados conferem-nos um mandato claro. Seria politicamente incompreensível que não nos fosse permitido formar Executivo”, defendeu.

Essa visão é partilhada por Luís Montenegro, líder da AD, que após a divulgação dos resultados foi questionado sobre a possibilidade de reavaliar a postura perante o Chega. Em vez de repetir o famoso “não é não”, Montenegro optou por uma resposta mais diplomática: “Sim é sim a Portugal.”

Mesmo com o crescimento expressivo do Chega, que ameaça consolidar-se como a segunda maior força política no país, Paulo Rangel afastou qualquer hipótese de aliança formal. Para o ministro, o respeito pelas linhas vermelhas traçadas durante a campanha é essencial para garantir coerência política e estabilidade.

Ainda que a possibilidade de formar maioria com a Iniciativa Liberal tenha fracassado, a AD continua firme na sua posição de não recorrer ao Chega para formar um bloco governativo.

O pós-eleições em Portugal traz à tona um Parlamento mais fragmentado e um ambiente político exigente, onde o diálogo será essencial. A AD mostra-se determinada em governar com base na negociação, sem abdicar de princípios que considera fundamentais — como manter distância de forças populistas no governo. A formação do novo Executivo será, sem dúvida, um teste à capacidade de articulação e compromisso entre os partidos portugueses.

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