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Por que cada vez mais Turistas LGBTQ+ dos EUA escolhem a Europa para férias (e até para mudar de vida)

by REDAÇÃO

Nos últimos anos, uma tendência significativa tem ganhado força entre a comunidade LGBTQ+ norte-americana: a procura pela Europa não apenas como destino turístico, mas também como possível novo lar. O clima político e social dos Estados Unidos, aliado a mudanças legislativas controversas, tem motivado muitos viajantes queer a explorar o Velho Continente em busca de segurança, inclusão e qualidade de vida.

De acordo com Darren Burn, especialista em turismo LGBTQ+ e fundador da agência Out of Office, há uma mudança clara no comportamento de seus clientes norte-americanos. “Temos notado um aumento expressivo na procura por destinos europeus. Os viajantes não estão apenas a buscar férias relaxantes, mas também a explorar locais onde possam eventualmente se estabelecer”, explicou.

Essa mudança é motivada por diversas razões. Entre elas, o desconforto crescente com as políticas internas dos Estados Unidos, como a decisão da administração Trump de reconhecer apenas dois sexos biológicos — medida que lançou incertezas sobre documentos de identidade com marcador de género “X”.

Além disso, leis estaduais restritivas e o ambiente social cada vez mais polarizado em algumas regiões americanas tornaram as viagens domésticas menos atrativas (e, em alguns casos, menos seguras) para pessoas LGBTQ+.

Segundo Burn, o que atrai tantos viajantes queer à Europa é a sensação de acolhimento e proteção legal. Países como Espanha e Portugal, por exemplo, têm se destacado como refúgios seguros e progressistas. Espanha implementou, nos últimos anos, leis antidiscriminação robustas e reconheceu direitos importantes para pessoas trans. Já Portugal deu um passo significativo ao criminalizar as chamadas “terapias de conversão” em 2024.

Essa postura inclusiva não apenas torna as férias mais tranquilas, mas também desperta o desejo de uma mudança definitiva. Muitos turistas americanos estão, de facto, a visitar cidades com a intenção de avaliar sua viabilidade como futuras residências.

A atratividade da Europa como refúgio LGBTQ+ também é confirmada por rankings especializados. Segundo a consultora William Russell, que avaliou critérios como eventos LGBTQ+, segurança e legislação antidiscriminatória, os países mais acolhedores para expatriados queer são:

  1. Holanda – Líder global, com uma população estimada de 14% LGBTQ+, alto índice de segurança e legislação protetiva exemplar.
  2. Bélgica – Reconhecida pelo baixo nível de discriminação e elevada segurança.
  3. Espanha – Em constante evolução nas políticas de inclusão.
  4. Portugal – Um destino em ascensão, cada vez mais procurado por quem deseja qualidade de vida com respeito à diversidade.

O crescente interesse de americanos LGBTQ+ por destinos europeus reflete um movimento mais profundo: a busca por liberdade, segurança e respeito. Num mundo cada vez mais complexo, escolher onde viver ou passar férias tornou-se também um ato de afirmação pessoal. E, ao que tudo indica, a Europa está a ganhar espaço no coração — e nos planos — de muitos.

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