Segundo os dados recolhidos entre os dias 6 e 13 de maio, a AD deverá obter aproximadamente 33,1% dos votos, enquanto o PS, sob liderança de Pedro Nuno Santos, surge com 25,9%. O Chega consolida-se como a terceira força mais votada com 15,7%, seguido pela Iniciativa Liberal (IL) com 7,6% e o Livre que sobe para 6,2%. Já o Bloco de Esquerda, CDU e PAN permanecem abaixo da linha dos 4%.
Com a distribuição dos indecisos (19%), os números ganham nova configuração: AD com 26,5%, PS com 20,7%, Chega com 12,6% e IL com 6,1%. Esta distribuição poderá ser decisiva na reta final.

AD e IL Juntas Aproximam-se de Uma Maioria
Combinando os percentuais da AD e da Iniciativa Liberal, chega-se a um total próximo dos 41%, valor comparável ao alcançado por António Costa nas eleições em que conquistou a maioria absoluta. No entanto, tudo depende do índice de abstenção e da distribuição de mandatos por círculo eleitoral.
Apesar de 66% dos inquiridos afirmarem que os debates televisivos não influenciaram diretamente o seu voto, uma maioria (70%) acredita que esses confrontos foram importantes para ajudar outros eleitores a tomar decisões. A audiência dos debates foi elevada, com 60,3% a declararem que assistiram aos principais embates políticos.
Quando questionados sobre quem preferem como chefe do Governo, 44,1% apontam Luís Montenegro, seguido de Pedro Nuno Santos (26,7%) e André Ventura (14,6%). Montenegro lidera também na perceção pública de vitória, com 62% dos inquiridos a acreditarem que a AD vencerá, mesmo que com maioria relativa.
Curiosamente, uma larga maioria (67,4%) defende que Luís Montenegro não deve formar alianças com o Chega, mesmo num cenário de maioria relativa.

Quais São as Maiores Preocupações dos Portugueses?
A sondagem revela ainda as áreas que mais preocupam a população:
- Saúde (51,4%) – O acesso aos serviços do SNS lidera o ranking das preocupações.
- Habitação (37%) – Embora em queda face ao mês anterior, continua como um dos temas mais críticos.
- Imigração (22,6%) – Tem registado um crescimento notável desde março.
- Outros temas destacados incluem: Educação (20%), Economia (18,2%), Custo de vida (17,5%) e Desigualdade social (12,9%).

Corrida Presidencial: Gouveia e Melo na Frente
Mesmo antes de anunciar formalmente a candidatura, Henrique Gouveia e Melo lidera as intenções de voto para as presidenciais de janeiro de 2026, com 27,7%. Em segundo lugar surge Luís Marques Mendes, já com candidatura oficializada, com 16,5%.
Apesar de não ter oficializado nenhuma candidatura do lado socialista, os nomes de António Vitorino (6,1%) e António José Seguro (5,4%) dividem as preferências.
José Constantino Costa, diretor técnico da Consulmark2, destaca a consistência das intenções de voto nas quatro sondagens realizadas entre março e maio. Segundo ele, a estabilidade reflete o curto espaço de tempo desde as últimas eleições e a manutenção dos principais protagonistas políticos.
Ele sublinha também que, apesar de a soma de AD e IL ser promissora para a direita, o grande fator de incerteza será a abstenção — um elemento imprevisível nas sondagens, pois a maioria dos inquiridos afirma que irá votar, mesmo que na prática nem todos o façam.
Às vésperas das eleições de 18 de maio, o cenário político português mostra sinais claros: estabilidade nas intenções de voto, liderança firme da AD e possível maioria à direita, desde que a participação eleitoral corresponda às expectativas. A saúde, habitação e imigração continuam no centro das atenções dos eleitores, enquanto a disputa presidencial começa a ganhar forma com Gouveia e Melo em destaque.
A noite eleitoral promete ser decisiva para o rumo do país – e a abstenção poderá ser o fiel da balança.