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RTP deixa de ter acesso ao Palácio Presidencial de Angola: Governo rompe tradição de cobertura exclusiva

by REDAÇÃO

A relação entre o Governo de Angola e a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) sofreu uma mudança drástica. Após anos de acesso quase exclusivo às atividades oficiais do Estado angolano, a RTP perdeu o privilégio de acompanhar os eventos no Palácio Presidencial, por decisão direta da Presidência da República de Angola.

Segundo comunicado oficial emitido no dia 16 de maio de 2025, a medida foi tomada em resposta a conteúdos considerados tendenciosos divulgados recentemente pela emissora portuguesa. O Governo angolano considera que tais reportagens não refletem de forma justa a realidade do país e ferem o princípio da imparcialidade jornalística.

De acordo com o comunicado, a RTP foi formalmente notificada da perda de credenciamento, mas mesmo assim teria tentado acessar a sala de imprensa do Palácio no dia 13 de maio. Ao se apresentar no local sem estar autorizada, a equipe foi convidada a se retirar — fato que, segundo o governo angolano, foi mal interpretado e distorcido por setores da mídia portuguesa.

“Nenhum jornalista ou órgão de comunicação angolano ousaria entrar no Palácio Presidencial sem estar devidamente credenciado”, afirmou a nota da Presidência, demonstrando surpresa com o comportamento da RTP e com a repercussão dada ao episódio.

O Governo de Angola lamenta o que chamou de “campanha de vitimização” por parte da emissora, alegando que atitudes como essa não contribuem para a preservação dos laços de amizade e cooperação entre Angola e Portugal.

O episódio reacende o debate sobre o papel da imprensa internacional em países africanos e o limite entre liberdade de expressão e respeito às instituições nacionais. Para muitos analistas, a situação evidencia as tensões diplomáticas sutis que podem surgir quando há percepções diferentes sobre o que constitui cobertura justa e equilibrada.

Enquanto isso, a RTP ainda não emitiu uma resposta oficial detalhada sobre o comunicado. O caso deve continuar a gerar repercussões, especialmente no meio diplomático e jornalístico, onde o equilíbrio entre autonomia editorial e respeito pelas normas locais é constantemente desafiado.

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