O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, confirmou que está disposto a encontrar-se com o líder russo Vladimir Putin na próxima quinta-feira, em território turco. A proposta de um encontro direto entre os dois chefes de Estado surge como uma nova tentativa de encerrar o conflito que assola a região desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, iniciada em fevereiro de 2022.
Através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Zelenskyy afirmou que estará presente no local sugerido e fez um apelo direto a Putin para que “não procure desculpas” para se ausentar. A expectativa é que o encontro represente um ponto de viragem nas negociações de paz, desde que haja, antes disso, uma trégua.
Zelenskyy voltou a exigir que a Rússia inicie, já a partir de amanhã, um cessar-fogo de 30 dias — condição colocada por Kiev para o avanço de qualquer tipo de diálogo direto. Até o momento, Moscovo tem resistido à proposta, alegando que só negociaria sem pré-condições.
A proposta de trégua conta agora com forte respaldo internacional. No sábado, Zelenskyy reuniu-se em Kiev com líderes europeus e recebeu apoio explícito de figuras como Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha) e Donald Tusk (Polónia). Juntos, os líderes lançaram um apelo conjunto para uma suspensão das hostilidades por 30 dias, com início previsto já para a próxima segunda-feira.
A União Europeia manifestou apoio à iniciativa, reforçando a necessidade urgente de um espaço diplomático para evitar a escalada do conflito. O ex-presidente norte-americano Donald Trump, que recentemente tem exercido pressão para a retomada de conversações, também declarou apoio ao plano de cessar-fogo.
Em contrapartida, os líderes ocidentais alertaram que, caso Putin rejeite a proposta, a Rússia enfrentará sanções ainda mais severas. O objetivo, segundo os diplomatas envolvidos, é criar um ambiente de pressão suficiente para convencer Moscovo de que a continuidade da guerra terá custos insustentáveis.
Se o encontro entre Zelenskyy e Putin realmente se concretizar na Turquia, poderá marcar o início de uma nova fase nas relações entre os dois países, interrompendo mais de três anos de confrontos devastadores. Para os analistas internacionais, o momento é delicado, mas carregado de potencial.
Enquanto o mundo aguarda a confirmação oficial da presença de Putin, cresce a expectativa de que a diplomacia, finalmente, possa encontrar espaço num conflito que já custou milhares de vidas e redesenhou o mapa geopolítico da Europa.