Luanda – O cenário político em Angola tem despertado crescente preocupação entre os cidadãos e organizações da sociedade civil. Em uma recente declaração pública, o Partido Cidadania alertou para o agravamento da crise de governança e destacou um conflito cada vez mais evidente entre o regime dominante e a população angolana.
Segundo o partido, o país enfrenta uma deterioração institucional marcada pela apropriação das estruturas do Estado, violação sistemática da Constituição e ausência de empatia dos líderes perante o sofrimento do povo. Para o Cidadania, este é um conflito estrutural que vai além da polarização entre governo e oposição. Trata-se, segundo eles, de um embate direto entre o chamado “Partido-Estado” e o povo soberano de Angola.
Enquanto avança em seu projeto de estruturação e expansão nacional, o Partido Cidadania afirmou unir-se à crescente consciência social para denunciar o que considera um colapso da governabilidade no país. Entre os principais pontos destacados na nota, estão:
- O agravamento da crise política, refletido na perda de legitimidade das instituições.
- A captura do Estado por interesses particulares que distorcem os princípios democráticos.
- A negação de direitos fundamentais a instituições como a Ordem dos Advogados de Angola, vista como um exemplo de obstrução à cidadania.
O partido também se manifestou contra propostas legislativas recentes que, segundo sua análise, colocam em risco a integridade dos processos eleitorais. Entre elas, estariam medidas que pretendem eliminar garantias de transparência, como o uso do cartão de registo eleitoral e a acta-síntese das assembleias de voto.
Para o Cidadania, essas alterações representam um ataque direto à soberania popular e ao direito dos angolanos de participarem plenamente na construção democrática do país.
A declaração do partido culmina com uma série de posições políticas claras, que incluem:
- Estímulo à mobilização cidadã pela alternância democrática e o fim do regime do “Partido-Estado”.
- Defesa da separação de poderes, lembrando que o Presidente da República não possui competências legislativas sobre matérias eleitorais.
- Apelo à Assembleia Nacional para que legisle com base na vontade do povo e não de interesses oligárquicos.
- Compromisso com um governo inclusivo, centrado nos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, e aberto à colaboração com organizações da sociedade civil.
O partido considera que o marco dos 50 anos de independência oferece uma oportunidade ímpar para repensar o pacto nacional. Defende a construção de um novo Estado fundado na participação ampla e no consenso popular — uma Angola dos angolanos, como expressam no ideal do “Sonho Angolano”.
Para o Cidadania, o momento exige coragem política, fortalecimento da identidade nacional e engajamento cívico, visando uma Angola mais justa, segura e próspera.