O economista angolano Arsénio Bumba, através de uma análise perspicaz, lança um sério aviso ao Executivo angolano sobre a sustentabilidade do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025, face à contínua instabilidade e queda do preço do petróleo nos mercados internacionais. Em artigo publicado no jornal Economia e Finanças, Bumba, criador da plataforma Angola Investor Market, sublinha que a previsão orçamental, ancorada num preço de 70 dólares por barril de Brent, confronta-se com uma realidade onde o crude já se negocia abaixo dos 67 dólares, expondo as finanças públicas a riscos significativos.
O especialista detalha que a forte dependência de Angola das receitas petrolíferas torna o país particularmente vulnerável a choques externos. A discrepância entre o preço de referência do OGE e a actual cotação do Brent pode acarretar sérios impactos, desde a redução da capacidade de investimento em sectores cruciais como saúde e educação, até potenciais défices orçamentais e atrasos em pagamentos. Bumba enfatiza a necessidade de o Ministério das Finanças adoptar uma postura proactiva, ponderando uma revisão orçamental responsável em vez de depositar excessiva confiança na recuperação do mercado petrolífero.
Para mitigar os potenciais impactos negativos, o economista apresenta um conjunto de sugestões estratégicas. Entre elas, destacam-se a repriorização dos investimentos públicos, o reforço da arrecadação fiscal interna, a busca por mecanismos de renegociação da dívida, o estímulo ao sector privado através de incentivos e a consideração da criação de um fundo de estabilização fiscal para absorver futuros choques. Bumba acrescenta ainda que a revisão do OGE não deve ser apenas um ajuste de números, mas sim uma oportunidade para Angola acelerar a sua transição para uma economia mais diversificada e resiliente.
Por último, Arsénio Bumba apela a uma acção urgente e responsável por parte do Executivo, reforçando que a revisão do OGE 2025 é crucial para garantir a sustentabilidade das finanças públicas e a credibilidade de Angola perante os investidores e parceiros internacionais. O economista conclui que o momento exige visão, coragem e liderança para preparar o país para um futuro económico menos dependente da volatilidade do mercado petrolífero.