A Recredit – Gestão de Activos de Angola recuperou, em 2024, um montante significativo de 108,35 mil milhões de kwanzas em créditos malparados adquiridos ao Banco de Poupança e Crédito (BPC). Esse valor representa cerca de 38% dos 288,87 mil milhões Kz investidos na compra da carteira de crédito, segundo o relatório de gestão apresentado recentemente pela empresa.
Durante a apresentação do balanço anual, o presidente do conselho de administração da Recredit, Valter Barros, destacou os avanços obtidos, tanto na recuperação de activos como na solidez financeira da instituição. “Este desempenho reflecte o nosso compromisso com uma gestão financeira prudente e orientada para resultados sustentáveis”, afirmou.
O relatório revelou ainda que os activos da empresa atingiram os 283,83 mil milhões Kz, registando um crescimento de 2% face ao ano anterior. Já o passivo recuou para 1,87 mil milhões Kz, representando uma redução de 5%, o que evidencia um controlo eficaz dos custos operacionais.
Entre os indicadores financeiros positivos, Barros salientou a liquidez imediata de 12%, uma autonomia financeira de 99% e uma rendibilidade do capital próprio de 17%. “Estes números confirmam a robustez da nossa estrutura de capital e a capacidade da Recredit de gerar retorno consistente para os seus accionistas”, acrescentou.
Apesar dos bons resultados, a recuperação de crédito malparado continua a apresentar desafios. Segundo o gestor, a alienação de imóveis recebidos como garantia tem sido um dos principais obstáculos, dificultando a transformação desses activos em liquidez imediata.
Além disso, o processo de cobrança enfrenta entraves legais e operacionais. “Quando as negociações amigáveis não resultam, os casos são encaminhados para a nossa área de contencioso. Persistindo o insucesso, recorremos aos tribunais para dar continuidade à recuperação judicial dos valores devidos”, explicou.
Para 2025, a Recredit promete manter o foco na recuperação de activos, reforçando práticas de gestão transparentes e estratégias que contribuam para a estabilidade do sistema financeiro nacional. A missão da empresa permanece clara: gerar valor para o Estado angolano e garantir o retorno dos investimentos públicos com eficiência e responsabilidade.