O cenário de guerra na Ucrânia voltou a ganhar contornos dramáticos neste Domingo de Ramos. Um ataque com mísseis russos à cidade de Sumy resultou na morte de pelo menos 31 pessoas e deixou outras 84 feridas, segundo informações oficiais divulgadas pelas autoridades locais.
O bombardeamento ocorreu poucas horas após um novo impasse diplomático entre representantes da Rússia e da Ucrânia, que se acusaram mutuamente de violar um acordo provisório — mediado pelos Estados Unidos — que visava a suspensão de ataques às infraestruturas energéticas.
Imagens partilhadas nas redes sociais e pela imprensa internacional mostram o rastro de destruição no centro da cidade. Prédios residenciais e instituições públicas foram atingidos, numa manhã que deveria ser marcada pela paz e reflexão religiosa.
“Neste brilhante Domingo de Ramos, a nossa comunidade sofreu uma terrível tragédia”, declarou Artem Kobzar, líder local, em publicação nas redes sociais pouco após o ataque. Àquela altura, já se confirmava a morte de mais de 20 civis, número que infelizmente viria a subir nas horas seguintes.
O Domingo de Ramos é uma data sagrada para os cristãos e marca a entrada de Jesus em Jerusalém. Na Ucrânia, é tradicionalmente um dia de oração e encontro em igrejas. Este ano, tornou-se símbolo de luto e dor.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, reagiu com veemência ao que classificou como um “ataque horrendo com mísseis balísticos”. Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), Zelenskyy partilhou imagens chocantes do local, acompanhadas de um apelo direto à comunidade internacional:
“Os mísseis russos atingiram uma rua comum, uma cidade comum — casas, escolas, carros. Justamente no dia em que as pessoas vão à igreja”, escreveu. “O mundo precisa reagir com firmeza. A paz não virá com discursos, mas com pressão real sobre a Rússia. Sem isso, o terror continuará.”
Zelenskyy agradeceu ainda o apoio contínuo de países aliados e reiterou a importância da solidariedade internacional frente à escalada de violência promovida por Moscovo.
O ataque em Sumy é mais um capítulo sangrento num conflito que já se arrasta há mais de dois anos, com consequências devastadoras para milhões de civis. A comunidade internacional permanece em alerta, e novas reações diplomáticas são esperadas nas próximas horas.