O Presidente de Angola, João Lourenço, anunciou que Jonas Savimbi e Holden Roberto não estarão entre os condecorados no próximo dia 4 de abril, data em que se celebra o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional. Os dois líderes históricos, o fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o dirigente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), respectivamente, ficaram de fora da lista de 247 personalidades que serão homenageadas pelas suas contribuições ao país.
Savimbi, que morreu em combate em 2002, e Roberto, são figuras centrais da história do país, especialmente no período da luta pela independência e durante o conflito que marcou a história de Angola. Contudo, suas ausências na lista de condecorações estão em sintonia com a escolha do Presidente João Lourenço, que quer reconhecer aqueles que, em circunstâncias extremas, contribuíram diretamente para a construção da paz e a consolidação da independência do país, com ações que foram além da política partidária.
Na segunda-feira, 31 de março, João Lourenço revelou que no dia 4 de abril serão entregues as primeiras 247 medalhas em reconhecimento a cidadãos que desempenharam papéis cruciais para a independência e paz de Angola. O evento marca as comemorações dos 50 anos da independência do país e será um momento de reflexão sobre os avanços alcançados desde a libertação do colonialismo e do regime do apartheid.
As condecorações serão distribuídas em duas categorias: 99 medalhas na Classe Independência e 148 na Classe Paz e Desenvolvimento. Segundo a presidência angolana, as medalhas são uma forma de homenagear aqueles que, sem esperar recompensa, contribuíram significativamente para a queda do colonialismo, a luta pela independência e a manutenção da paz, além de ter participado na reconstrução nacional e na melhoria do bem-estar social dos angolanos.
João Lourenço aproveitou a ocasião para reforçar a importância de se olhar para o futuro com otimismo. Durante a abertura da primeira reunião ordinária do Comité Central do MPLA, ele enfatizou que a data de 4 de abril, além de ser um momento de celebração, também é uma oportunidade para refletir sobre o caminho que Angola quer seguir nas próximas décadas. Ele destacou que a paz e a reconciliação nacional são conquistas fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do país.
O Presidente também ressaltou o sacrifício de milhares de angolanos, que perderam suas vidas em diversas frentes da luta pela independência. Para ele, este reconhecimento é um tributo a esses indivíduos, que trabalharam incansavelmente para garantir a liberdade e a soberania de Angola.
A medalha comemorativa dos 50 anos da independência será entregue ao primeiro grupo de agraciados no dia 4 de abril, um dia simbólico que irá reunir os cidadãos angolanos para refletirem sobre o futuro do país, independentemente de suas origens políticas, étnicas, religiosas ou sociais.