O adiamento da vinda do M-23 a Angola levanta questões sobre a credibilidade do papel mediador de João Manuel Gonçalves Lourenço. Teria o grupo perdido a confiança no líder angolano? O cenário geopolítico da região permanece volátil, e a hesitação do M-23 em seguir com a negociação pode indicar uma ruptura no frágil equilíbrio diplomático construído por Lourenço.
Angola: Ditadura, Fome e Violações dos Direitos Humanos – Como Mediar Conflitos?
João Lourenço apresenta-se como pacificador na crise da RDC, mas sua Angola é marcada pela repressão, pobreza extrema e constantes violações dos direitos humanos. Como pode um presidente que governa um país mergulhado na miséria e na censura erguer-se como mediador de conflitos internacionais? A resposta pode estar na política do pragmatismo seletivo, onde os interesses políticos e econômicos falam mais alto do que os princípios de justiça e democracia.
Entre as ruínas de promessas não cumpridas e discursos bem ensaiados, Lamúrias del Ukwanana transcorre a dor dos esquecidos. Em Angola, onde a esperança é moeda rara e a justiça um privilégio dos poderosos, as palavras transformam-se em armas, e o silêncio, em resistência. Mediar conflitos externos enquanto se perpetua a opressão interna é a hipocrisia institucionalizada de um regime que se recusa a ouvir aqueles que mais sofrem.
Demóstenes Eduardo Chiquete
Secretário Provincial da Juventude do Partido Liberal–Huambo
“SOMOS A NOSSA PRÓPRIA ESPERANÇA”