A Ucrânia anunciou que aceitou a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo provisório de 30 dias com a Rússia, após conversações realizadas na Arábia Saudita. O acordo prevê que, durante esse período, as restrições à ajuda militar e à partilha de informações por parte dos EUA sejam suspensas. A decisão foi divulgada em uma declaração conjunta após as negociações em Jeddah, uma cidade localizada na costa do Mar Vermelho.
De acordo com o comunicado, a Ucrânia se comprometeu a aceitar o cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação, caso haja um acordo mútuo entre as partes envolvidas, incluindo a Rússia. No entanto, a implementação do cessar-fogo depende da aceitação e ação simultânea da Federação Russa. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reforçou que agora a responsabilidade recai sobre a Rússia, afirmando que “a bola está no campo da Rússia”. Ele acrescentou que os Estados Unidos irão deixar claro para Moscovo que a reciprocidade da Rússia será crucial para alcançar a paz.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou que a Ucrânia está disposta a dar este passo, considerando a proposta dos EUA como positiva. No entanto, ele ressaltou que agora cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a aceitar a proposta de cessar-fogo. Zelensky afirmou em seu discurso noturno que a parte americana compreende os argumentos da Ucrânia, mas a resposta da Rússia é essencial para avançar com o processo.
Além do cessar-fogo, o acordo entre os EUA e a Ucrânia também prevê a suspensão da proibição da partilha de informações e a retomada da assistência de segurança aos ucranianos, o que havia sido interrompido anteriormente. Em relação a esse ponto, vale lembrar que o presidente dos EUA, Donald Trump, havia encerrado a ajuda militar à Ucrânia após um controverso encontro com Zelensky no final de fevereiro, o que gerou grandes repercussões políticas.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Mike Waltz, também se mostrou otimista quanto à possibilidade de uma resolução para a guerra na Ucrânia. Ele afirmou que a conversa sobre a guerra mudou de “se a guerra vai acabar” para “como a guerra vai acabar”, elogiando a postura do presidente Donald Trump e sua influência nas discussões globais sobre o conflito.
Em paralelo a esses desenvolvimentos, o presidente francês, Emmanuel Macron, fez um apelo importante durante um encontro com chefes militares europeus e da OTAN em Paris. Macron pediu que os militares da União Europeia e da OTAN comecem a planejar garantias de segurança para a Ucrânia, caso o cessar-fogo seja efetivado. A presidência francesa informou que, dada a aceleração das negociações de paz, é necessário garantir que a Ucrânia tenha segurança credível no futuro.
Com as tensões ainda elevadas e o caminho para a paz incerto, as negociações continuam a se intensificar. A aceitação do cessar-fogo pela Ucrânia representa um passo significativo, mas a resposta da Rússia será determinante para o futuro do processo de paz e da guerra que já dura mais de um ano.