O surto de cólera tem se espalhado rapidamente por várias partes de África, com destaque para Angola, Etiópia, Sudão e Moçambique, afetando milhares de pessoas e causando dezenas de mortes. Em Angola, o número de vítimas fatais já chegou a 180, desde que o surto foi declarado em 7 de janeiro. Até 23 de fevereiro, 4.914 casos haviam sido confirmados em 12 províncias, com o Uíge recentemente se juntando às regiões afetadas. Só no fim de semana passado, o Ministério da Saúde de Angola registrou 197 novos casos e 14 mortes.
A cólera, que continua a afetar diversas regiões do continente africano, também se alastrou para Moçambique. O surto que começou em outubro de 2023 na província de Nampula agora atinge o distrito de Murrupula. De acordo com as autoridades de saúde moçambicanas, até o momento, 29 pessoas morreram devido à doença, com 515 casos registrados e uma taxa de letalidade de 5,6%. Embora o surto esteja sob vigilância, o número de novos casos continua a crescer.
No oeste da Etiópia, o surto de cólera também é preocupante. Desde fevereiro, 15 mortes foram registradas, com 234 casos confirmados. A situação ainda não está controlada e a região enfrenta escassez de medicamentos, o que tem gerado apelos por mais ajuda de parceiros internacionais. As autoridades locais, como Nigiw Gillo, responsável pelo departamento de saúde da região de Gambella, ressaltam a necessidade urgente de apoio para controlar a propagação da doença.
A cólera é uma infecção intestinal grave causada pela bactéria Vibrio cholerae, que é transmitida principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Seus sintomas incluem diarreia intensa, vômitos e cãibras musculares, e pode levar à morte rapidamente se não tratada adequadamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é “facilmente prevenível e tratável”, mas a falta de acesso a água potável e saneamento adequado tem contribuído para a propagação.
O número de casos de cólera no mundo aumentou 13% em 2023 em relação ao ano anterior, com as mortes subindo mais de 70%. Para 2024, a OMS estima que a doença pode matar até 4.000 pessoas, apesar de ser evitável com medidas de prevenção e tratamento adequados.
As autoridades de saúde, juntamente com organizações internacionais, continuam a trabalhar na resposta a esses surtos, oferecendo tratamento e tentando melhorar o acesso a água limpa e saneamento nas áreas afetadas. A comunidade internacional tem sido chamada a fornecer apoio urgente para evitar mais perdas de vidas e controlar a propagação da cólera em África.