A crise de saúde pública em Angola ganha novos contornos com a confirmação dos primeiros casos de cólera na província da Lunda Norte, especificamente no município de Cafunfo. A doença, que já vinha assolando diversas regiões do país, alcança agora 18 das 21 províncias, consolidando-se como um dos surtos mais graves dos últimos anos.
Segundo informações divulgadas pelas autoridades locais, os primeiros 22 casos foram registados no sábado, seguidos de mais dois no domingo, sendo que um deles resultou em óbito. Além disso, novas amostras suspeitas estão em análise laboratorial, elevando a preocupação com uma possível aceleração da propagação na região.
Desde janeiro, Angola já contabiliza mais de 600 mortes causadas pela cólera, entre os mais de 19 mil casos oficialmente registados. A capital, Luanda, tem sido o principal foco da epidemia, somando mais de 6.200 infeções e 208 mortes, o que representa uma parcela significativa do impacto nacional da doença.
Diante da chegada do surto à Lunda Norte, as autoridades sanitárias intensificam os apelos para que a população adote medidas rigorosas de prevenção. Higiene pessoal, tratamento da água para consumo, e atenção redobrada aos sintomas iniciais são algumas das recomendações mais enfatizadas neste momento crítico.
A disseminação da cólera, que é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com a bactéria Vibrio cholerae, reforça a necessidade de melhorias na infraestrutura de saneamento básico e no acesso à água potável em diversas regiões do país — problemas que têm sido históricos, mas que agora mostram seu impacto devastador de forma ainda mais evidente.
Com o surto em expansão e a taxa de mortalidade alarmante, cresce a pressão sobre o sistema de saúde angolano, que precisa responder com agilidade para evitar que a situação se transforme em uma catástrofe humanitária.
A população, por sua vez, deve manter-se informada, vigilante e colaborativa com as campanhas de prevenção em curso. A luta contra a cólera exige união, responsabilidade e ação rápida.