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HomeMERCADOA Trafigura e a Sonangol: Corrupção, Condenações e Implicações no Caso Suíço

A Trafigura e a Sonangol: Corrupção, Condenações e Implicações no Caso Suíço

A decisão foi anunciada recentemente, destacando a responsabilidade da Trafigura, enquanto a Sonangol não foi implicada nas acusações. Detalhes sobre os motivos da condenação da Trafigura e os fundamentos para a absolvição da Sonangol ainda estão sendo analisados.

Recentemente, o Tribunal Penal Federal suíço proferiu uma sentença histórica que envolveu a gigante de comércio de matérias-primas Trafigura. A condenação da Trafigura, a primeira de uma empresa suíça por suborno de funcionários públicos estrangeiros, coloca um holofote sobre os esquemas de corrupção envolvendo grandes corporações e figuras públicas em Angola, especificamente no período entre 2009 e 2011.

A acusação, que levou à sua condenação, alega que Gouveia Júnior recebeu cerca de 4,8 milhões de euros em subornos em troca da aprovação de contratos lucrativos para a Trafigura, uma das maiores empresas de comércio de matérias-primas do mundo. Esses contratos renderam à empresa suíça cerca de 145 milhões de dólares, que agora terá de devolver às autoridades suíças como parte da sentença.

Este caso revela não só os mecanismos de corrupção envolvendo empresas internacionais, mas também destaca a falta de controle interno dentro dessas organizações, que possibilitaram tais práticas ilícitas.

A Trafigura, foi condenada por falhas organizacionais que permitiram a continuidade dos subornos e terá de pagar uma indemnização de mais de 145 milhões de dólares, além de uma multa superior a 3 milhões de dólares. A empresa também enfrentará a perda de lucros ilícitos obtidos através deste esquema, em um julgamento que trouxe à tona a complexa rede de corrupção envolvendo altos executivos da companhia e um funcionário público angolano.

Além de Gouveia Júnior, outros envolvidos no esquema também foram condenados, incluindo Mike Wainwright, ex-diretor de operações da Trafigura, que recebeu uma pena de 32 meses de prisão (com 12 meses de prisão efetiva), e Thierry Guillaume Plojoux, um intermediário suíço, que também foi condenado, mas teve sua pena totalmente suspensa por dois anos.

Este caso é um exemplo claro de como grandes corporações podem operar à margem da lei, influenciando decisões políticas e governamentais por meio de subornos e acordos ilegais, o que acaba impactando o desenvolvimento econômico e social de países como Angola. A condenação de Gouveia Júnior e da Trafigura é um marco importante, mas também levanta questões sobre a responsabilidade das empresas e os mecanismos de controle e fiscalização internacional, que devem ser mais eficazes para evitar que casos semelhantes se repitam no futuro.