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2024: Um Ano de Transformações Sociopolíticas em África “mulheres na liderança e a quebra do teto de vidro”

O ano de 2024 ficará marcado como um período de mudanças significativas no cenário sociopolítico africano. Diversos países do continente experimentaram avanços no campo da soberania popular, do empoderamento feminino e da luta contra governos autoritários e políticas impopulares. Confira os destaques que moldaram este ano:

O protagonismo feminino avançou em 2024. Ellen Johnson Sirleaf, ex-presidente da Libéria, segue como símbolo dessa conquista ao ser a primeira mulher eleita presidente de um país africano. Na Namíbia, a vitória histórica de Netumbo Nandi Ndaitwah como presidente reforça essa tendência. Esses eventos refletem um movimento crescente em que mulheres africanas assumem posições de poder, desafiando barreiras históricas.

No Senegal, o povo demonstrou força e consciência democrática ao rejeitar a tentativa de Macky Sall de alterar a Constituição para se perpetuar no poder. Com eleições transparentes e ordeiras, os jovens líderes Bassirou Diomaye Faye e Ousmane Sonko conquistaram a presidência e o Parlamento, simbolizando a renovação política no país.

No Quénia, a juventude liderou protestos sob o slogan “Ruto must go”, criticando o aumento de impostos básicos e a decisão do governo de enviar soldados ao Haiti. A pressão popular forçou o presidente William Ruto a reverter essas políticas, evidenciando o poder da mobilização social.

O Botsuana experimentou uma mudança histórica em 2024, com a oposição de esquerda, liderada por Duma Boko, conquistando o poder após quase 60 anos de domínio político. Na África do Sul, o partido histórico ANC perdeu sua hegemonia, forçando Cyril Ramaphosa a formar uma coalizão para governar. Enquanto isso, Julius Malema, com seu discurso nacionalista radical, conquistou espaço no Parlamento, mas não atingiu a unidade nacional esperada.

Um dos eventos mais emblemáticos de 2024 foi a transição no Gabão. Após 57 anos de domínio da dinastia Bongo, o país iniciou a construção de um governo de transição e uma nova Constituição, marcando o 30 de agosto como o Dia da Libertação Nacional. Este marco histórico reflete a luta do povo gabonês pela liberdade e pela renovação política.

Em Moçambique, a insatisfação popular tomou as ruas após as eleições. A juventude exige o reconhecimento de Venâncio Mondlane como legítimo vencedor, desafiando a recusa da FRELIMO em aceitar a derrota. O clamor por “o povo ao poder” tornou-se um símbolo de resistência e esperança por mudanças democráticas.

No âmbito geopolítico, a visita do presidente Joe Biden a Angola foi marcada por acordos milionários envolvendo o Corredor do Lobito, que beneficiará a exportação de minerais para os EUA. Entretanto, a recepção controversa, que incluiu o controle da população angolana durante a visita, gerou críticas sobre a soberania do país e possíveis sinais de uma “nova colonização”.

No Ruanda, Paul Kagame foi reeleito com ampla margem, reforçando seu domínio político. Apesar das críticas por eliminar opositores, como a candidata Victoire Ingabire, Kagame mantém o apoio popular devido à sua atuação histórica na resolução de conflitos no país.

À medida que 2024 chega ao fim, a expectativa recai sobre os governos recém-eleitos e sua capacidade de cumprir promessas e melhorar a vida da população. A juventude africana continua vigilante, utilizando as redes sociais como ferramenta para amplificar suas vozes em contextos onde a mídia tradicional é controlada pelo Estado.

África segue avançando em direção à sua dignidade, com movimentos sociais e transformações políticas moldando um futuro mais justo e democrático para o continente.