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Fome e seca no Cunene: A realidade das Comunidades segundo o Secretário da UNITA

A situação no Cunene, uma das províncias mais afetadas pela seca e pela fome em Angola, continua a ser alarmante, segundo Torga Pangeiko, secretário provincial da UNITA. Em uma recente entrevista, Pangeiko destacou que a província enfrenta uma grave crise social que parece não ter solução à vista. Para ele, o cenário é sombrio, pintando uma realidade sem perspectivas de melhoria no curto ou médio prazo.

By: Dino Manuel

“Estamos vivendo em um quadro permanentemente negro”, afirmou o político, referindo-se à falta de alternativas ou iniciativas para amenizar as condições de vida das populações locais. Ele destacou que a esperança dos cidadãos vai diminuindo a cada dia, já que não há sinais claros de que os problemas enfrentados pela população possam ser resolvidos em breve.

Um dos maiores desafios para as famílias do Cunene, segundo Pangeiko, é a fome, que tem se intensificado nos últimos anos devido à seca extrema. Desde 2019, a província enfrenta uma escassez significativa de chuvas, o que agrava ainda mais a situação, tornando difícil para as comunidades cultivarem alimentos ou sequer garantirem a alimentação básica.

O secretário da UNITA relatou com preocupação que, em muitas localidades, as pessoas estão passando até 24 horas sem comer. “É uma situação alarmante, é um estado de emergência”, disse ele, acrescentando que as condições são tão severas que muitos não conseguem colocar nada à mesa. A falta de alimentos é um reflexo direto da seca prolongada e da escassez de recursos nas áreas mais afetadas.

Apesar das chuvas recentes, Pangeiko enfatizou que elas não têm sido suficientes para reverter a crise. Ele mencionou que, mesmo com a água da chuva, os solos continuam secos e não há uma regularidade nas precipitações. “Esta semana, os solos já estão secos novamente. O que resta é uma lama que não resolve a situação”, destacou. Além disso, muitas pessoas percorrem longas distâncias, de 30 a 40 quilômetros, em busca de água, o que demonstra a gravidade da escassez de recursos hídricos na região.

O cenário descrito por Torga Pangeiko reflete uma dura realidade para os habitantes do Cunene, que enfrentam diariamente uma luta constante pela sobrevivência, sem grandes perspectivas de melhoria no futuro imediato.