A madrugada de domingo foi um marco decisivo para a Síria, com o colapso do regime de Bashar Al-Assad. Após meses de intensos confrontos, um avanço relâmpago dos rebeldes sírios resultou na tomada da capital, Damasco, e no fim de 50 anos de domínio da família Assad. Milhares de pessoas saíram às ruas para celebrar a queda do regime e o novo capítulo da história síria.
Os rebeldes, liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anunciaram sua entrada em Damasco e a fuga do presidente Bashar Al-Assad, um acontecimento que marca o ponto culminante de um ataque iniciado no final de novembro. Os insurgentes também relataram a conquista da prisão militar de Saydnaya, localizada ao norte de Damasco, onde afirmaram ter libertado prisioneiros.
A vitória em Damasco seguiu-se à tomada de Homs, a terceira maior cidade da Síria, que caiu nas mãos dos rebeldes um dia antes. Homs, estrategicamente situada entre a capital e as províncias costeiras de Latakia e Tartus – apoio fundamental para o regime de Assad – era um ponto crítico para o controle territorial do país. Essa vitória também representou a perda de uma base naval russa, vital para o apoio ao governo sírio.
A ofensiva rebelde, que se intensificou desde 27 de novembro, teve um impacto profundo no país. Cidades como Alepo e Hama já haviam caído antes, e a semana passada registrou os avanços mais significativos dos últimos anos por parte das facções opositoras. O HTS, embora originário da Al-Qaeda e considerado uma organização terrorista por países como os EUA e a ONU, tem sido um dos principais motores dessa revolução militar.
Apesar da estratégia dos rebeldes ser bastante audaciosa, um dos fatores que possibilitou o sucesso desse movimento foi a surpreendente falta de resistência do exército sírio. Isso levantou questionamentos sobre a capacidade de Assad para manter o controle sobre o país, após anos de guerra civil devastadora.
Enquanto a batalha pelo controle da Síria se desenrola, a população de Damasco reagiu de diversas formas. Muitos correram para os mercados em busca de suprimentos, enquanto outros tentaram deixar o país, dirigindo-se para a fronteira com o Líbano. Entretanto, um número significativo de cidadãos comemorou a queda do regime, saindo às ruas com bandeiras e aplausos.
Em resposta a esses eventos, a ONU tomou medidas preventivas e começou a evacuar seu pessoal não essencial da Síria, demonstrando preocupação com a instabilidade crescente na região.
Este é, sem dúvida, um momento de grande tensão e transformação para a Síria, com o futuro político do país agora em aberto, e o povo sírio a viver uma nova fase de incertezas e esperanças.