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Protestos em Moçambique: mortes, feridos e perspectivas de aumento de preços

Maputo – Nos últimos 41 dias, Moçambique tem sido palco de intensos protestos convocados por Venâncio Mondlane, candidato presidencial, contra o que considera ser uma “fraude eleitoral” e em defesa da “vontade popular”. Segundo um relatório da plataforma Decide, uma organização não governamental, os protestos resultaram em 76 mortos e 240 feridos, além de mais de 1.700 pessoas feridas por outros motivos e mais de 3.000 detenções.

O relatório divulgado no dia 2 de dezembro revela ainda que o movimento de Mondlane, iniciado em 24 de outubro, já causou impactos significativos no país. Os protestos continuam e, em um apelo para uma nova fase de manifestações, Mondlane lançou a campanha chamada “4×4”. Ele convoca a população para paralisar a circulação automóvel das 8h às 16h em todos os bairros, a partir de quarta-feira, 4 de dezembro. Ele também sugeriu a suspensão das festas de fim de ano, afirmando que “não há festas felizes quando um povo está triste, assassinado, preso…”.

No entanto, Mondlane permanece em parte incerta, sem se saber onde e como ocorrerá o tão esperado “diálogo” entre o Presidente da República e os quatro candidatos presidenciais. O encontro, que havia sido agendado para 26 de novembro, foi cancelado por Mondlane, que alegou que o Governo não respondeu adequadamente às suas exigências.

Enquanto os protestos continuam, o cenário econômico de Moçambique também preocupa. No dia 29 de novembro, o Banco de Moçambique emitiu seu relatório de Conjuntura Econômica e Perspectivas de Inflação, alertando que os preços devem continuar a subir até o final de 2024. Embora a inflação tenha se mantido estável em outubro, com um leve aumento para 2,68%, o banco central prevê uma aceleração no quarto trimestre do ano, devido à escassez de bens e serviços provocada pela tensão pós-eleitoral.

O relatório também indicou que, apesar da estabilidade da inflação anual, as previsões apontam para um aumento da inflação para 3,14% em dezembro, abaixo das expectativas iniciais. Isso reflete a situação econômica tensa que o país enfrenta, com o impacto direto nos preços e no cotidiano da população.

As manifestações e a crise política em Moçambique têm como pano de fundo a recente eleição de 9 de outubro, na qual o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, foi declarado vencedor com 70,6% dos votos. Mondlane e o partido Podemos, que o apoia, recorreram ao Conselho Constitucional para contestar os resultados, aguardando uma decisão final sobre os recursos e a confirmação dos resultados definitivos.

Diante de uma situação de crescente instabilidade política e econômica, Moçambique vive um momento crítico, com a população se mobilizando em protestos, a economia enfrentando desafios e as autoridades sendo pressionadas a buscar soluções para garantir a paz e a estabilidade no país.