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A deportação forçada de crianças ucranianas pela Rússia: Uma investigação reveladora

Nos últimos meses, um novo estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, patrocinado pelo governo dos Estados Unidos, trouxe à tona uma prática alarmante que tem sido orquestrada pelo Kremlin: a deportação forçada de crianças ucranianas para a Rússia. A investigação aponta para um programa sistemático de “russificação” dessas crianças, um processo que envolve não apenas sua remoção das zonas ocupadas da Ucrânia, mas também a mudança de sua identidade cultural e, em muitos casos, sua adoção por famílias russas.

De acordo com a pesquisa, a Rússia usou aviões presidenciais e fundos diretos da presidência para transportar as crianças para fora da Ucrânia, removendo-as das suas famílias e retirando suas identidades ucranianas. O estudo revela que, apenas nos primeiros meses da guerra, 314 crianças foram identificadas como tendo sido levadas para a Rússia. Essas informações confirmam os temores de uma estratégia coordenada para “russificar” menores ucranianos, com o objetivo de apagá-los da sua cultura original e integrá-los à sociedade russa.

A investigação foi conduzida com base em dados coletados sobre adoções e transferências de crianças pela Rússia ao longo de mais de 20 meses de conflito. Embora o número total de crianças envolvidas seja incerto, a Ucrânia estima que cerca de 19.500 menores tenham sido levados para a Rússia ou para a Crimeia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

Este programa de deportação de crianças não passou despercebido no cenário internacional. Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura contra Vladimir Putin e Maria Lvova-Belova, comissária para os Direitos das Crianças na Rússia, acusando-os de envolvimento no crime de deportação de crianças ucranianas. Embora a Rússia não reconheça a jurisdição do TPI, as acusações têm gerado forte pressão internacional.

Na época, Lvova-Belova justificou as deportações como ações “humanitárias”, alegando que estavam sendo feitas para proteger as crianças que viviam em zonas de combate. Contudo, a pesquisa da Universidade de Yale sugere que a verdadeira motivação por trás dessas transferências é a “russificação” e a subversão da identidade ucraniana.

Nathaniel Raymond, diretor-executivo do Laboratório de Pesquisa Humanitária da Universidade de Yale, apresentará os resultados dessa investigação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde a Rússia ocupa um assento permanente. A expectativa é que os dados forneçam suporte adicional ao mandato do TPI, fortalecendo a pressão internacional para que Putin e outros responsáveis sejam responsabilizados pelos crimes cometidos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu às novas descobertas, reafirmando o compromisso da Ucrânia em trazer as crianças de volta para casa. “A Ucrânia está a trabalhar incansavelmente para garantir que as nossas crianças regressem a casa e que todos os responsáveis por estes crimes hediondos sejam punidos”, afirmou Zelensky em sua conta no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter.

Apesar das tentativas de justificação por parte das autoridades russas, a realidade para muitas dessas crianças é sombria. O paradeiro de muitas delas continua desconhecido, e a perda de sua identidade ucraniana pode ter efeitos devastadores sobre seu futuro. A investigação da Universidade de Yale serve como um alerta para a comunidade internacional, destacando a gravidade da situação e a necessidade urgente de agir para garantir a proteção e o retorno dessas crianças às suas famílias e cultura original.

Esse episódio trágico ressalta não apenas as violações dos direitos humanos em curso na Ucrânia, mas também a complexidade das ações do Kremlin, que busca não apenas controlar fisicamente os territórios, mas também manipular o futuro da população ucraniana, especialmente das gerações mais jovens. O mundo agora observa atentamente, esperando que a justiça seja feita e que as crianças possam finalmente ser trazidas de volta para suas casas.