Nos últimos desenvolvimentos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, surgiu uma nova e preocupante colaboração militar: soldados norte-coreanos já estão envolvidos em combates no conflito.
A Ucrânia afirmou que as forças de Pyongyang têm estado ativamente presentes no campo de batalha, contrariando declarações anteriores dos Estados Unidos, que indicavam que os soldados ainda estavam se preparando para entrar em combate.
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, declarou no fim de semana que os Estados Unidos esperavam que cerca de 10.000 soldados norte-coreanos, estacionados na região russa de Kursk, fossem logo integrados nas forças russas e se envolvessem em combate contra as tropas ucranianas. Austin mencionou que os soldados norte-coreanos estavam sendo treinados e preparados para esse papel, e que sua atuação nas linhas de frente era apenas uma questão de tempo.
Contudo, o Estado-Maior da Ucrânia já contradisse essas expectativas, afirmando que os militares norte-coreanos não estão mais em preparação, mas já participam ativamente dos combates contra as forças ucranianas. Anatolii Barhylevych, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia, explicou que as unidades norte-coreanas estão disfarçadas de população local da região do Extremo Oriente, o que facilita sua integração nas tropas russas. Segundo Barhylevych, os soldados possuem documentos apropriados e foram treinados especificamente para realizar operações no setor europeu.
A presença de soldados norte-coreanos na Rússia, mais especificamente em Kursk, já havia sido mencionada anteriormente por outros países. A Coreia do Sul, por exemplo, também confirmou que os soldados norte-coreanos haviam entrado em combate a partir de meados de novembro de 2023, com suas colocações nos campos de batalha finalizadas a 13 de novembro. A colaboração entre a Rússia e a Coreia do Norte tem se intensificado, especialmente após a assinatura de um pacto de defesa entre ambos os países.
Com a adição dos soldados norte-coreanos, a Rússia fortalece suas fileiras no conflito, somando cerca de 50.000 novos combatentes, conforme estimativas da Ucrânia. A movimentação de tropas parece ter o objetivo de empurrar as forças ucranianas para fora de terras conquistadas na região de Kursk, intensificando ainda mais o cerco ucraniano. A Rússia também recorreu ao recrutamento de mercenários do Iémen, outra medida que visa reforçar o esforço militar contra a Ucrânia.
Enquanto isso, a situação na Ucrânia continua a ser marcada pela tensão e pelo aumento da complexidade geopolítica, com novas alianças e forças de combate sendo enviadas para a linha de frente. A presença de soldados norte-coreanos, com seu treino e apoio militar de longo prazo da Rússia, coloca mais uma variável na já complexa guerra, refletindo a escalada do conflito e a crescente pressão internacional.