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Maputo em suspense: Às vésperas da marcha contra a fraude eleitoral, cidade fica as mscas e reforçam-se apelos ao diálogo

Maputo – Na véspera de uma marcha convocada pelo político Venâncio Mondlane, Maputo vive momentos de incerteza. A cidade, geralmente movimentada, amanheceu deserta, com diversos estabelecimentos comerciais e órgãos públicos fechados. O clima de tensão é palpável e a segurança foi reforçada, com a presença ostensiva da polícia e de veículos militares, especialmente em locais estratégicos e edifícios públicos, como o Banco de Moçambique e a sede da Comissão Nacional de Eleições.

A preparação para a marcha trouxe um cenário incomum à capital de Moçambique: ruas vazias, transporte público funcionando com irregularidade, e bairros periféricos onde o medo ainda se faz sentir. O cenário de receio crescente reflete a expectativa de um possível confronto, alimentado pela frustração em relação aos resultados das recentes eleições gerais de 9 de outubro, que deram vitória ao partido Frelimo e ao candidato Daniel Chapo.

Diante deste clima de tensão, Carlos Martins, Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, fez um apelo à paz. Em coletiva de imprensa, Martins pediu que a sociedade se unisse para evitar um “banho de sangue”. Ele reforçou que é urgente que o Presidente da República convoque o Conselho de Estado para considerar alternativas pacíficas e viáveis, a fim de abrir um canal de diálogo com os cidadãos.

O ex-presidente Joaquim Chissano também apelou ao diálogo como meio de evitar a violência. Em declarações públicas, Chissano destacou que há um nível considerável de descontentamento entre os moçambicanos e que “alguma leitura deve ser feita”. Ele chamou a atenção para a juventude do país e para os talentos emergentes em partidos de diferentes orientações políticas, sugerindo que esses talentos sejam reconhecidos e aproveitados para fortalecer a unidade nacional.

A situação em Moçambique chamou atenção de observadores internacionais. Países como os EUA, Reino Unido, Canadá, Noruega e Suíça emitiram uma declaração conjunta pedindo moderação e respeito pelo Estado de Direito e pela vida humana, indicando que a comunidade internacional está atenta aos acontecimentos e preocupada com a possibilidade de violência.

Apesar dos apelos por paz, Venâncio Mondlane permanece mobilizando a população para uma participação massiva na marcha nacional. Ele protesta contra os resultados das eleições e defende que a população precisa expressar seu descontentamento com a maneira como o processo eleitoral foi conduzido.

A situação coloca Moçambique em um ponto crítico, onde as decisões tomadas nas próximas horas podem definir o rumo do país. Enquanto o governo e líderes comunitários buscam soluções pacíficas, a população aguarda ansiosamente os desdobramentos. Resta saber se o país encontrará um caminho de diálogo ou se a tensão dará lugar a conflitos mais intensos, afetando a paz e estabilidade do país.