Luanda – Recentemente, o movimento cívico angolano Handeka/Mudei manifestou seu veemente repúdio contra a violência política em Moçambique, destacando-se pelo uso de “mortes encomendadas” para silenciar opositores. O grupo expressou solidariedade ao povo moçambicano e encorajou a população a lutar por justiça, buscando responsabilizar os culpados.
O pronunciamento do movimento foi compartilhado nas redes sociais, em resposta ao assassinato do advogado Elvino Dias e do mandatário do partido PODEMOS, Paulo Guame. Ambos foram alvejados fatalmente em Maputo, capital moçambicana, na noite de sexta-feira. Um terceiro ocupante do veículo, uma mulher, também foi atingida e encaminhada para o hospital com ferimentos.
Esse episódio gerou indignação nacional e internacional, especialmente por ter ocorrido no contexto de eleições gerais marcadas por irregularidades. Partidos de oposição, bem como observadores eleitorais, têm criticado duramente o processo eleitoral.
Segundo o Handeka/Mudei, o advogado Elvino Dias estava envolvido na coleta de provas de fraude eleitoral em nome do candidato Venâncio Mondlane, do PODEMOS. O partido argumenta que os assassinatos têm motivações políticas, traçando um paralelo com incidentes semelhantes no passado, como o assassinato do ativista Anastácio Matavel em 2019.
Enquanto a polícia de Moçambique ainda investiga o caso, afirmando que as vítimas foram emboscadas após uma possível discussão de cunho pessoal, líderes do PODEMOS rejeitam essa narrativa. Eles afirmam que o crime foi premeditado e envolveu o uso de armas automáticas AK-47, atribuindo a responsabilidade à Frelimo, o partido no poder.
O PODEMOS, criado em 2019 por dissidentes da Frelimo, luta por maior inclusão econômica e social. Este trágico incidente ocorre num momento em que o partido e seu candidato, Venâncio Mondlane, estão contestando os resultados das eleições de 09 de outubro, que apontam vantagem para a Frelimo e seu candidato, Daniel Chapo, com mais de 60% dos votos.
A comunidade internacional, incluindo governos como o de Portugal, a União Europeia e embaixadas de diversos países, como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, já condenaram os assassinatos e pediram uma investigação urgente e transparente.
Este evento reforça a importância de um processo eleitoral justo e pacífico, essencial para a estabilidade e o futuro democrático de Moçambique.