Germano Almeida, comentador da SIC, analisa os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, com destaque para o segundo dia de grandes ataques da Rússia em território ucraniano.
A Rússia voltou a atacar cidades ucranianas, incluindo Kiev. Foram ouvidas explosões, mas a Ucrânia garante que os sistemas de defesa aérea impediram o pior. Ainda assim, pelo menos quatro pessoas morreram na cidade de Kryvyi Rih, no centro do país, e em Zaporíjia, no leste. Para Germano Almeida, esta “não é uma contraofensiva, esta é uma política de terror e flagelação, é o regresso dessa política por parte de Putin”.
“Recordo que os russos fizeram isto no final do verão e início do outono de 2022 para que os ucranianos passassem um inverno sem infraestruturas energéticas, sem capacidade civil de se preparar para o inverno, voltaram a fazê-lo em 2023 e estão a voltar a fazer em 2024. Agora, acrescido também a uma reação, uma resposta, uma vingança em relação à incursão ucraniana em Kursk”, explica o comentador da SIC.
Sobre a possibilidade de os russos tentarem fazer aos ucranianos que estão em território russo aquilo que os ucranianos também tentaram fazer aos russos, que é cortar as linhas de abastecimento, Germano Almeida sublinha que toda a situação ucraniana em Kursk está envolta em grande mistério, mas destaca uma possibilidade.
“O que me parece mais provável é a Ucrânia manter o grau de extensão que ocupou em Kursk, que é de cerca de 1.000 km quadrados, 1250, mas tem de manter um corredor ativo com linhas de abastecimento, no sentido de limitar a capacidade russa de fazer uma ação, como fez em Kharkiv nos últimos meses. Esse é o objetivo.
A alegação de Zelensky e dos militares ucranianos é a seguinte: ‘Se o Ocidente tivesse permitido antecipadamente o uso de armas de longo alcance de território ucraniano, não teria sido precisa a ação ucraniana em território russo”. Neste momento, isso é passado, já está lá e falta saber com que ação”.
Este foi o segundo dia de grandes ataques da Rússia sobre a Ucrânia. Pelo menos quatro pessoas morreram esta madrugada na nova vaga de ataques russos, um dia depois de uma das maiores ofensivas desde o início do conflito. As autoridades admitem que possa haver pessoas soterradas.