Luanda – O Estado angolano oficializou a legalização de diversos partidos políticos, incluindo MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, Bloco Democrático, PDP-ANA, PALMA, PMSA, PPA e PADDA-AP, após reconhecer o partido CIDADANIA. Entretanto, o projeto político Movimento de União Nacional (MUN) ainda aguarda conclusão do seu processo de legalização.
Karl Manuel Mponda, fundador do MUN e residente nos Estados Unidos, expressou a sua surpresa e decepção com o Tribunal Constitucional e o Estado angolano pela legalização do partido CIDADANIA, que usa uma bandeira semelhante à do MUN. Mponda questiona a decisão de permitir a existência de um partido com símbolos parecidos enquanto o processo do MUN permanece em tramitação.
De acordo com relatos, o Tribunal Constitucional de Angola legalizou o partido CIDADANIA, liderado por Cláudio Brandão, pela primeira vez desde a presidência de João Lourenço, iniciada em 2017. A decisão, assinada pela presidente Laurinda Cardoso, autoriza o partido a exercer atividades políticas em todo o território nacional. O CIDADANIA cumpriu todos os requisitos legais, incluindo a obtenção de 7.500 assinaturas.
Mponda utilizou as redes sociais para criticar a decisão: “O Tribunal Constitucional pode legalizar quantos partidos quiser, mas não com uma bandeira semelhante à nossa. Isso é sabotagem à nossa organização política”. Ele lamenta que o Estado não promove a paz e questiona se terão que mudar sua bandeira, existente desde 2010.
Mponda reforça que o MUN não abrirá mão das suas cores e símbolo, destacando o significado profundo e sagrado da bandeira do partido. O mesmo critica a prática de criar novos partidos e bandeiras repetidamente após rejeições, afirmando que as bandeiras devem permanecer de geração em geração, assim como as de figuras históricas angolanas como Neto, Savimbi e Holden.
Membros e simpatizantes do MUN destacam que o partido é nacionalista-conservador de direita, fundado em 4 de julho de 2010 por Karl M. Sarney Mponda. O movimento visa repensar Angola e devolver a pátria à sua grandeza, reconhecendo todas as culturas que compõem o estado angolano.
Em 2020, o MUN realizou uma conferência de imprensa em Luanda, onde informou a coleta de mais de 8.000 assinaturas em todo o país, superando o requisito do Tribunal Constitucional. Apesar disso, Mponda expressa surpresa com a rápida obtenção de 7.500 assinaturas pelo CIDADANIA.
O MUN, comprometido em solucionar os problemas do povo angolano desde 1975, busca unir-se com outros partidos como UPPA, PNSA, PDP-ANA e PAJUD para formar uma coligação poderosa. Mponda nomeou Kumbuassamo António como Vice-Presidente da Câmara de Representantes do MUN, destacando a importância da representatividade de todas as províncias angolanas.
A Câmara de Representantes, substituta do termo “Comité Central”, é um órgão deliberativo do MUN composto por 12 membros de cada província. A estrutura foi cuidadosamente planejada para evitar o domínio de uma única tribo ou província, promovendo a inclusão de todas as regiões.
Mponda ressalta a importância de uma nova elite patriótica e da necessidade de repensar Angola, defendendo uma política que priorize a pátria acima de tudo. Ele acredita que a união nacional e a solução para os problemas de Angola virão através da inclusão de todos os angolanos em um ideal comum.
Kumbuassamo António, ex-membro do PNSA, foi aceite no MUN após analisar a situação do país e acreditar na capacidade do partido de mudar Angola. O mesmo defende uma política centrada na pátria e no sacrifício individual para o bem do estado, criticando a cultura de dependência.
A cada dia, o MUN reafirma seu compromisso com a união nacional e a solução dos problemas de Angola, acreditando que o país só avançará quando todos os filhos da pátria se unirem em busca de uma nova Angola.
O decreto de nomeação assinado por Karl Manuel Sarney Mponda formaliza a nomeação de Kumbuassamo António, destacando suas responsabilidades como Vice-Presidente da Câmara de Representantes do MUN.